AWWA lança iniciativa plurianual “Água 2050”

20/06/2022
Cinco grupos que examinarão a água através de cinco fatores: sustentabilidade, tecnologia, economia, governança e sociodemografia.

Durante a Conferência e Exposição Anual da AWWA - American Water Works Association (ACE22), que ocorreu entre 13 e 15 de junho, a associação lançou uma iniciativa plurianual denominada “Água 2050”, que irá prever o futuro da água e traçar um curso para sustentabilidade e sucesso. Em um discurso, o presidente da AWWA, Chi Ho Sham, refletiu sobre sua criação em Hong Kong, onde o serviço de água potável não era confiável, e pediu aos participantes que oferecessem oportunidades para pessoas de todas as origens terem sucesso na água. Ele acrescentou: “Precisamos permanecer criativos em nosso trabalho. Nosso mundo em mudança exige isso e a inovação é necessária para gerenciar nossos recursos hídricos com uma abordagem multidimensional – incluindo quantidade e qualidade”. 

A sessão de abertura começou com um vídeo Água 2050 intitulado “The Future We Create”, apresentando jovens profissionais da água refletindo sobre o futuro da água e os desafios futuros. “Como membros do setor de água, devemos continuar a evoluir e pensar em ideias e soluções inovadoras e continuar sendo defensores de nossos recursos hídricos em todo o mundo”, observa Holly Mettlen, engenheira de projetos da Black & Veatch na Carolina do Sul e uma de muitos jovens profissionais no vídeo. 

Um elemento de assinatura do Água 2050 é uma série de cinco grupos de reflexão íntimos onde os participantes examinarão a água através do prisma de cinco fatores: sustentabilidade, tecnologia, economia, governança e sociodemografia. O primeiro dos cinco think tanks está marcado para setembro em Las Vegas e tem como foco a sustentabilidade. Cada think tank gerará um relatório com recomendações para um futuro hídrico forte e sustentável. 

Dos cinco fatores críticos que influenciarão o progresso em direção a um futuro sustentável e resiliente da água, o de Sustentabilidade terá como meta o gerenciamento de recursos hídricos limitados do planeta e a infraestrutura construída para a água, que é primordial. As mudanças climáticas estão entre os maiores riscos e podem trazer secas prolongadas e ondas de calor, aumento de furacões e incêndios florestais e fortes tempestades de inverno. Segundo o plano, o futuro exigirá uma administração habilidosa e criativa da água, bem como abordagens inovadoras para manter a infraestrutura hídrica forte e resiliente. 

Já na área tecnológica, com o avanço da quarta revolução industrial, os profissionais da água têm acesso a novas tecnologias que estão mudando a maneira como interagem com os recursos hídricos, os sistemas hídricos e as pessoas que atendem. Dentre as novidades, avanços em dados, análises, Internet das Coisas (IoT), aprendizado de máquina e inteligência artificial que capacitarão cada vez mais os consumidores e influenciarão as operações do sistema de água. A adoção de novas tecnologias resolverá problemas complexos e, às vezes, apresentará desafios não intencionais. Na área econômica, as comunidades terão que aprender cada vez mais a utilizar e preservar mais o recurso finito. O setor deverá considerar fatores econômicos importantes, como regionalização, resiliência da cadeia de suprimentos, tratamento descentralizado, abordagens ESG para avaliar riscos e valor e os benefícios de uma economia circular. A fixação de taxas ocorrerá em um mundo mais consciente dos desafios de equidade e acessibilidade. 

Na árera de Governança, os papéis dos governos federal, provincial, estadual e local impactam significativamente a forma como os serviços de abastecimento de água são operados e regulamentados. A economia e a Governança irão moldar o modelo das concessionárias de água para o futuro. Algumas comunidades podem recorrer a soluções regionais para ganhar eficiência e, com a evolução das estruturas regulatórias, terão que avaliar novas abordagens, como padrões adequados à finalidade e tratamento descentralizado. O último think tank denominado Sociodemografia inclui a participação e interesse público com a qualidade e a equidade da água.  Simultaneamente, as potenciais mudanças populacionais entre áreas urbanas e rurais estão criando desafios de recursos e infraestrutura – ao mesmo tempo que forçam soluções de água orientadas para a comunidade. O crescimento populacional em comunidades com escassez de água exigirá um pensamento inovador para gerenciar suprimentos limitados.

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