B4 espera movimentar R$ 12 bilhões no primeiro ano

14/10/2023
País tem potencial de capturar cerca de 200 milhões de toneladas anuais de carbono

Lançada em agosto deste ano em um evento com mais de 100 pessoas, a B4, a primeira bolsa de crédito de carbono do Brasil, tem como meta ser uma facilitadora neste mercado.  A empresa nasceu em um momento no qual as discussões a respeito dos impactos ambientais da emissão dos gases de efeito estufa estão cada vez mais acaloradas, além da adesão das empresas ao mercado de crédito de carbono. 

O setor ganhou mais espaço ainda com a aprovação do Projeto de Lei 412, que regulamenta o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE), o chamado Mercado de Carbono, e foi aprovada pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, sob relatoria da senadora Leila Barros. 

O PL segue agora para a Câmara dos Deputados e  prevê que as atividades que emitem acima de 10 mil toneladas de gases de efeito estufa devem fazer seus relatórios de emissões e aquelas que emitem acima de 25 mil toneladas precisarão fazer alguma compensação. Além disso, o projeto realizou ajustes para o setor agropecuário, que precisará medir sua pegada de carbono. “Com a regulação do mercado, a definição dos padrões de verificação e medição das emissões de gases do efeito estufa serão ainda mais eficientes e mais claras. Isso é muito importante para que não ocorram duplicações ou mesmo a tentativa de vendas falsas de crédito de carbono”, diz Odair Rodrigues, fundador da B4. 

Segundo dados do Relatório Anual da CCS Brasil, o País tem potencial de capturar cerca de 200 milhões de toneladas anuais de carbono, o que representa 12% de todas as emissões do País. Além disso, o solo da Floresta Amazônica também permite a compensação pela preservação. “Devido ao potencial que o Brasil tem de apoiar projetos sustentáveis, sobretudo por conta da nossa floresta e da biodiversidade, temos a possibilidade de atrair investimentos e ainda gerar empregos em setores como o de energia renovável e mesmo eficiência energética, por exemplo. Quando falo em apoiar projetos sustentáveis, me refiro ao fato de que as empresas que possuem em sua meta global a redução do impacto de carbono, investindo em projetos sustentáveis, também terão lucros”, aponta o fundador da B4.

A regulação do mercado de carbono permitirá que o Brasil tenha dois mercados: o voluntário e o regulado, que vai tratar principalmente os grandes poluidores. Para o mercado voluntário, os créditos de carbono são um negócio promissor e é nesse cenário que a B4 tem proposta de atuar como facilitadora na negociação de ativos. 

Por meio da tecnologia do Blockchain, a B4 apresenta uma solução que transforma os ativos, ou seja, faz com que os registros de crédito de carbono sejam imutáveis, evitando a duplicidade dos créditos e garantindo um ambiente transparente e seguro. “A B4 surge exatamente com o propósito de atuar como uma facilitadora neste mercado de crédito de carbono, que é extremamente valioso e está crescendo com muita força, não só no Brasil, mas em todo o mundo. Nossa expectativa é de que a empresa movimente até R$ 12 bilhões em crédito de carbono no primeiro ano. Por isso, a regulação nacional deste mercado é muito importante para nós e também para todas as empresas e órgãos realmente preocupados com a sustentabilidade global”, concluiu Odair Rodrigues.