Como empresas podem poupar energia em meio à crise hídrica

27/09/2021
Artigo por Leandro Solarenco

Por Leandro Solarenco*

Enfrentar uma crise hídrica em meio a uma recuperação econômica pós-pandemia é um grande desafio para as empresas. O governo aumentou pela terceira vez consecutiva as tarifas de energia para todo o país e, desta vez, cerca de mais 6,78%, alcançando R$ 17 a cada 100 kWh (quilowatt hora), o que implicará aumento prático de 17 centavos por kWh.

Ainda hoje, muitos sistemas de climatização de grandes estruturas, como edifícios comerciais, hospitais, shoppings e afins, são efetuados por ar-condicionado com instalações, muitas vezes antigas ou sem meios eficientes de manutenção e operação. A maioria dessas máquinas ainda usa a água como meio de dissipação do calor, chegando a gastar 80% da água de todo o condomínio para fazer a troca de calor necessária para manter a temperatura menor. 

Felizmente já existe tecnologia capaz de reduzir o consumo de água e energia em até 50%, além de aumentar tanto a eficiência quanto o tempo de vida útil dos equipamentos de climatização. Para a redução do consumo água, a solução inteligente atua em três pilares: 

1-Faz a medição online do consumo de água de torneiras e chuveiros e determina pontos de fuga; 2-controla a vazão de água para que seja agradável aos usuários e efetivo em relação ao uso, controlando a pressão de água; 3-utiliza sistema de ar-condicionado com mais inteligência, reduzindo o consumo com água. 

Já em relação à redução do consumo de energia, os sistemas inteligentes de ar-condicionado podem atuar nas seguintes frentes: 1-reduz o consumo de ar-condicionado em áreas não produtivas, mapeando pontos de fuga, como frestas de portas e janelas, evitando circulação de ar externo; 2-identifica baixa produtividade do aparelho por sujeira, obstrução ou defeitos técnicos. É comum encontrar crostas e entupimento na parte de trás da serpentina e isso reduz a eficiência da máquina, gerando até 30% a mais de gasto com energia. O mau cheiro é um dos sintomas mais comuns de identificação de sujeira. Outro fator é a má regulagem, que pode fazer o equipamento gastar energia e entregar pouco desempenho, elevando em até 40% o consumo; 3- elimina desperdício ligando apenas as máquinas suficientes para gerar temperatura adequada no ambiente. Muitas vezes, o sistema é projetado para funcionar considerando temperaturas extremas com a maior quantidade de pessoas. Isso gera gastos enormes e diminui a vida útil do aparelho. O ideal é usar um sistema inteligente que controla esse conforto térmico de acordo com a temperatura externa e a quantidade de pessoas, determinando a configuração de temperatura ambiente de acordo com cada tipo de negócio, automaticamente; 4-controla renovação de ar principalmente nesse momento da contaminação pela variante Delta do coronavírus, com taxa de transmissão maior. O sistema consegue projetar o funcionamento das máquinas inteligentes de acordo com a medição de CO2, temperatura e umidade do ar, baseado na quantidade de pessoas no ambiente e na condição externa do clima. Isso pode gerar até 25% de otimização. 

Também é importante substituir máquinas antigas por novas para aumentar a eficiência térmica com menos potência, gerando ainda mais economia. Por exemplo, uma máquina faz a modulação automática de ar, potencializando a troca de calor e pode ser interligada a sistema inteligente para gestão e eficiência ligando apenas quantidade de máquinas necessárias, garantindo temperatura com menor custo de energia. 

Portanto, o sistema inteligente de ar aliado a alguns cuidados básicos são essenciais para o momento atual e imprescindíveis nos próximos anos.


* Leandro Solarenco é Engenheiro, especialista em projetos e master coach, CEO da Vetor Frio & Clima.