Doenças respiratórias matam mais de 11% das pessoas

09/08/2021
Organizações ao redor do mundo e ativistas consideram a estatística 15 vezes pior do que cenários de guerra.

A Associação Interamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental (AIDIS) criou o Dia Interamericano de Qualidade do Ar, que ocorre anualmente em 9 de agosto, com o objetivo de conscientizar a população sobre a questão da contaminação atmosférica e seus efeitos sobre a saúde pública. Mais de 11,6% de óbitos ao redor do mundo são causados por doenças respiratórias, sendo 600 mil crianças dentro dessa grande parcela. 

Diversas organizações ao redor do mundo e ativistas consideram a estatística 15 vezes pior do que cenários de guerra. A Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu, recentemente, a existência dos chamados "refugiados climáticos". Como o exemplo do homem de Bangladesh, com asma, que evitou ser deportado da França depois que seu advogado argumentou que ele corria o risco de uma grave deterioração de sua condição e, possivelmente, de morte prematura, devido aos níveis perigosos de poluição em seu país.

O tribunal de apelações de Bordeaux anulou uma ordem de expulsão contra o indivíduo de 40 anos porque ele enfrentaria um agravamento de sua patologia respiratória devido à poluição do ar. "A partícula de poluição do ar de Bangladesh é seis vezes maior do que o considerado tolerável pela OMS. Mesmo que esse homem pudesse ser tratado em seu país de origem, a qualidade do ar o mataria", explica Rafael Zarvos, especialista em Resíduos Sólidos e fundador da Oceano Resíduos.

Pesquisadores e estudiosos prevêem que a mudança climática vai criar cerca de 1,5 milhões de migrantes, motivados pelos efeitos mortais dessas crises do meio ambiente. Segundo o direito internacional, nenhum país é obrigado a acolher refugiados do clima. Contudo, a Agência das Nações Unidas para os Refugiados esclarece que as leis dos refugiados têm um papel importante a desempenhar no apoio às pessoas que estão fugindo da mortalidade causada pela poluição desenfreada. "Cada vez mais, os líderes mundiais serão pressionados a pensar nas questões climáticas, visando melhorar a qualidade de vida do seu povo. As condições ambientais impactam diretamente nos direitos de sobrevivência do homem e precisamos agir rápido, porque a natureza está pedindo socorro e nós estamos pagando a conta", finaliza Zarvos.