Exportações caem 31% em maio
Segundo dados do Ministério da Economia, Secex, as exportações de sucata ferrosa atingiram 56.608 toneladas em maio de 2023, 31,3% inferior em relação a abril, quando alcançaram 82.443 toneladas, mas ainda bem acima a maio de 2022 (mais 116%), quando as vendas externas foram de 26.178 toneladas.
Apesar do menor ritmo de alta, as exportações ainda são boa alternativa para as recicladoras em razão da retração nos preços e demanda interna pelo insumo. No acumulado até maio de 2023, as vendas externas somaram 307.712 toneladas, um aumento de 40,7% em comparação ao mesmo período de 2022, com 218.668 toneladas. “A baixa da atividade econômica e a paralisação de setores de indústria e da construção civil afetam a produção de aço e consequentemente a compra de sucata metálica”, afirma Clineu Alvarenga, presidente do Instituto Nacional da Reciclagem (Inesfa), órgão de classe que representa mais de 5,6 mil recicladores que reinserem insumos recicláveis no ciclo da cadeia produtiva.
Segundo levantamento semanal da S&P Global Platts, agência americana especializada em fornecer preços-referência e benchmarkets para o mercado de commodities, na primeira semana de junho, com a menor produção de aço, as usinas siderúrgicas e fundições baixaram os preços pagos pela sucata, em algumas regiões, em R$ 200 por tonelada. “A sucata ferrosa brasileira passou por um período de queda contínua nos últimos 12 meses, com preços reduzidos quase pela metade, conforme dados históricos da Platts”, mostra o levantamento. No mercado externo, também já se constata uma baixa nos preços.
As empresas brasileiras tem enfrentando também a concorrência desleal dos sonegadores. “Empresas com atividades suspeitas, sem alvará de funcionamento, licenças ambientais e muitas vezes sequer locais definidos, sonegam impostos para levar vantagem de forma desleal no mercado, vendendo sucatas metálicas para indústrias de transformação”, diz Alvarenga.
“É uma concorrência desleal em detrimento das empresas legalizadas há décadas e comprometidas com o desenvolvimento da siderurgia de nosso país, indo na contramão dos critérios ESG (Environmental, Social and Governance) e de compliance”, além de ocasionar prejuízos ambientais, diz o presidente do Inesfa.