GNR Fortaleza testa mistura de gás natural com biometano na rede de distribuição

17/05/2025
O combustível é gerado no município de Caucaia, a 15 km da capital cearense.

Produtora brasileira de biometano, a cearense GNR Fortaleza iniciou em fevereiro teste para injetar uma mistura de gás natural e biometano na rede de distribuição da Companhia de Gás do Ceará (Cegás). A companhia respondeu por quase 1/3 do gás verde produzido no mercado interno em 2024 e, por meio de um gasoduto de 24 km construído pela Cegás garantiu o fornecimento de 15% do consumo de gás do Ceará. Os compradores do combustível que vem do lixo incluem residências, hospitais, hotéis, indústrias e postos de combustíveis.

O combustível é gerado no município de Caucaia, a 15 km da capital cearense. “A conexão com a rede usada para o gás de origem fóssil faz da planta “um exemplo raro e promissor no Brasil, e até mesmo no mundo”, diz Ronaldo Stefanutti, professor do departamento de engenharia hidráulica e ambiental da Universidade Federal do Ceará (UFC). Essa configuração, que é inédita no país e tem autorização especial da ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, reforça a posição da rede do Ceará como uma das mais renováveis do mundo. A GNR Fortaleza produz biometano a partir do biogás gerado com o tratamento dos resíduos sólidos urbanos no aterro sanitário de Caucaia (CE), na região metropolitana de Fortaleza.

O teste permitirá um aproveitamento maior do biometano produzido na usina, o que aumentará a oferta do combustível renovável para os consumidores e contribuirá com os esforços para a redução das emissões de gases de efeito estufa e a transição energética. A ANP acompanhará periodicamente o teste, que terá duração de seis meses. O objetivo é avaliar se a mistura atende aos padrões de poder calorífico exigidos pelo órgão regulador. Caso o teste seja bem-sucedido, o modelo poderá ser replicado em outros estados e poderá dar subsídio a atualizações da regulamentação do setor pela ANP. “Este teste é fundamental para o avanço do setor de biometano, pelo seu potencial de ampliar o consumo deste combustível renovável nas redes de distribuição no país. Esse movimento tem um papel importante na busca por uma economia de baixa emissão de carbono”, disse a diretora-presidente da MDC, Manuela Larangeira Kayath. A GNR é fruto da parceria entre a MDC e a Marquise Ambiental.