ITA e MDIC prevêem US$ 7,5 bilhões para projetos de descarbonização

02/06/2025
Os projetos selecionados receberão apoio dedicado e personalizado do ITA para identificar obstáculos e mobilizar a indústria nacional e internacional, energia limpa, demanda e soluções financeiras que os levem à decisão final de investimento.

Iniciativa global multissetorial, lançada na COP 28, para catalisar a descarbonização nos setores de indústria pesada e do transporte de longa distância, o Acelerador de Transição Industrial (ITA) em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) selecionou sete novos projetos destinados a fomentar a indústria limpa. Os projetos selecionados receberão apoio dedicado e personalizado do ITA para identificar obstáculos e mobilizar a indústria nacional e internacional, energia limpa, demanda e soluções financeiras que os levem à decisão final de investimento. Coletivamente representando um investimento significativo, superior a US$ 7,5 bilhões, os projetos selecionados têm alto potencial para acelerar soluções em indústria limpa em várias partes do Brasil, fortalecendo a posição do país como líder na transição energética na América Latina e globalmente.

"Esses projetos brasileiros de indústria limpa representam esforços emblemáticos dentro de seus respectivos setores e têm potencial para mostrar o caminho a uma indústria econômica e mais ambientalmente sustentável em todo o Brasil e além," diz Faustine Delasalle, Diretora Executiva do ITA. "Estamos comprometidos em apoiá-los, mobilizando a cadeia de valor brasileira doméstica e internacionalmente, bem como órgãos governamentais, e instituições financeiras para torná-los financiáveis e acelerar as decisões de investimento”. O ITA comunica que os projetos selecionados são 1) Solatio, 2) Acelen, 3) Votorantim Cimentos, 4) Mizu Cimentos, 5) o consórcio Eco Fusion, 6) Alcoa e 7) Companhia Brasileira de Alumínio (CBA). Os últimos cinco desses sete projetos estão sendo anunciados publicamente pela primeira vez. “Os projetos selecionados pelo ITA demonstram a ambição e o progresso da neoindustrialização verde em curso no Brasil”, diz Rodrigo Rollemberg, Secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do MDIC. “Aguardamos com expectativa o aprofundamento ainda maior de nossa valiosa parceria com a ITA para promover e apoiar esses projetos para que se tornem realidade”.

O projeto Solatio H2 Piauí desenvolveu 14 GW de energias renováveis em uma estrutura verticalizada para abastecer uma planta industrial de hidrogênio e amônia verde em desenvolvimento com capacidade total de 3 GW. A capacidade de produção atingirá 2,2 milhões de toneladas por ano (Mtpa) de amônia verde até 2030 ; Já a Acelen Renováveis está desenvolvendo um projeto inovador para produzir combustíveis renováveis avançados a partir do óleo de macaúba. A empresa desenvolverá um negócio integrado, da semente ao combustível, compreendendo um Centro de P&D e Germinação - Agripark com capacidade para produzir 10,5 milhões de mudas por ano, uma plantação de macaúba de 180 mil hectares, cinco usinas de moagem para extrair o óleo e coprodutos da macaúba, e 1 biorrefinaria para processar o óleo de macaúba em combustível. O projeto visa produzir 1 bilhão de litros de combustíveis renováveis por ano, incluindo combustível de aviação sustentável (SAF) e diesel renovável (HVO).

Na Indústria de cimentos há três projetos implementando medidas consideradas cruciais para levar as instalações existentes a neutralidade climática. A Votorantim Cimentos vai reativar uma linha de argila calcinada de 0,32 Mtpa em sua fábrica de cimento em Nobres (MT), o que permitiria ao local aumentar o uso de argila calcinada como substituto do clínquer de alta intensidade de emissões e reduzir as emissões do cimento final produzido em até 16%, enquanto a Mizu Cimentos instalará unidades de pirólise em sua unidade de 1 Mtpa em Aracajú para produzir energia a partir de biomassa residual para substituir o uso de combustíveis fósseis no local. Quando totalmente implementado, o projeto poderá reduzir as emissões da produção de cimento em até 32%. O último projeto de cimento é do Consórcio Eco Fusion, que reúne as empresas Argo Tech, Apodi Cimentos, CTEC e Self Energy para instalar gaseificadores na fábrica de cimento da Apodi em Quixeré, produzindo energia a partir de resíduos como substituto do uso de combustíveis fósseis. A primeira fase do projeto visa instalar um gaseificador inicial; as fases subsequentes envolverão a instalação de unidades adicionais, permitindo uma redução de emissões de até 10% por tonelada de cimento.

Já na área de alumínio a Alcoa pretende enfrentar uma das principais fontes remanescentes de emissões na cadeia de valor do alumínio brasileiro atualmente - a geração de calor para o refino de alumina. O projeto da empresa visa eletrificar as caldeiras da Alumar, em São Luís, o que poderia reduzir as emissões da Refinaria para tão pouco quanto 0,6 toneladas de CO2 por tonelada de alumínio. ainda mais as emissões as emissões de processo da fundição de alumínio - através de uma tecnologia pioneira de CCUS. A tecnologia está em fase de pesquisa e desenvolvimento e a companhia finalmente visa aplicá-la em escala em sua produção de 0,43 Mtpa em Alumínio para reduzir as emissões de seu alumínio líquido para menos de 2 toneladas de CO2 por tonelada. Esses projetos se beneficiarão do programa ITA no Brasil, seguindo um acordo de parceria anunciado em julho de 2024 entre o ITA e o MDIC, que posicionou o Brasil como o primeiro país parceiro do ITA. A segunda parceria do ITA, na região do Oriente Médio e Norte da África (MENA), foi anunciada em novembro de 2024 e atualmente está sendo desenvolvida nos Emirados Árabes Unidos, no Bahrein, e no Egito.