Itaquareia Ambiental inova em reciclagem de resíduos da construção
A Itaquareia Ambiental, empresa do setor de mineração e sustentabilidade, está introduzindo práticas inovadoras de economia circular aplicadas aos resíduos da construção civil. O modelo adotado visa reduzir o impacto ambiental gerado por esses resíduos, transformando-os em matéria-prima para novos produtos e processos produtivos. Essa abordagem sustentável tem ganhado força e mostra como é possível conciliar o crescimento industrial com a preservação do meio ambiente.
A proposta da Itaquareia Ambiental baseia-se no reaproveitamento de resíduos da construção civil, como concreto, tijolos, blocos e argamassas, que geralmente seriam descartados em aterros ou terrenos irregulares. Em vez disso, a empresa recicla esses materiais, triturando-os e separando-os para diferentes usos, como a produção de areia reciclada. Essa areia, por sua vez, é utilizada em novas construções, como pavimentos, bloquetes e concreto, gerando uma economia significativa de recursos naturais.
O processo começa com o recebimento de materiais provenientes de obras do metrô, construtoras, Sabesp, ampliação de aeroportos, entre outros. Os materiais são alimentados na corredeira com o auxílio de escavadeiras, seguindo pela gravidade e fluxo de água. Em seguida, são enviados para a primeira draga e bombeados para a peneira estática, onde ocorre a separação da terra da areia. O material é então submetido a uma nova lavagem, seguida por um segundo bombeamento e peneiramento classificatório, que separa os materiais de acordo com a granulometria. Os pedriscos e a Pedra 1 são direcionados para a correia transportadora, enquanto o material mais fino vai para o tanque de relavagem e é separado para comercialização.
Segundo o coordenador de produção, Mateus Gomes de Oliveira, a planta de reciclagem começou a operar em junho de 2024. "Ficamos um mês em fase de testes, com uma produção diária de 300 toneladas, e atualmente estamos processando 700 toneladas por dia. Estamos promovendo a circularidade na cadeia da construção civil, onde o resíduo deixa de ser um problema e se torna uma solução. A economia circular não apenas reduz os custos operacionais, mas também agrega valor ao produto final."
Diariamente, a empresa recebe em torno de 1.200 caminhões carregados com materiais da construção civil e opera com todas as licenças ambientais, alvarás e documentações específicas para o funcionamento da empresa. "Todo o processo é testado e monitorado mensalmente pela nossa equipe. O produto final, pronto para uso na construção civil, é mais barato, de alta qualidade, e a única diferença é que a areia não é extraída de uma jazida. Estamos falando de areia média e areia fina, que são testadas e atestadas para o uso, sendo um diferencial para obras como as do metrô", afirma o coordenador do aterro, Eliezer Miranda de Almeida.
A maior dificuldade da empresa está no espaço para o recebimento do material, devido ao grande volume. No entanto, o retorno é lucrativo, já que o material é reintroduzido no mercado após ser reutilizado.