Natura Ventures amplia portfólio com startup para produção de biopolímeros
Fundo de Corporate Venture Capital (CVC) da Natura, o Natura Ventures é gerido pela VOX Capital e passa a contar com a Mango Materials em seu portfólio. A startup norte-americana criou uma solução inovadora que captura biometano para a produção de Poli-hidroxiácidos (PHA), um biopolímero de fonte renovável e biodegradável capaz de substituir plásticos convencionais a partir de combustível fóssil. Para Cecília Ribeiro, diretora de Novos Negócios e Inovação Aberta da Natura, a atuação do Natura Ventures em inovação regenerativa reflete uma convicção estratégica: investir em modelos de negócio que aliam a viabilidade financeira com impacto profundo. “A Mango Materials une ciência de ponta, escalabilidade e impacto positivo, uma combinação rara e poderosa. Ao transferi-la para o portfólio do fundo, reforçamos nosso compromisso com teses que antecipam o futuro do setor e com potencial de retorno consistente para o negócio”, avalia a executiva.
O investimento da Natura Ventures na startup está alinhado à estratégia vertical de Regeneração e Circularidade na busca por soluções de alto impacto para reimaginar cadeias produtivas, ampliar o ciclo de vida dos materiais e gerar valor positivo para pessoas, comunidades e o planeta. A parceria representa um grande potencial para a estratégia de biomateriais da Natura, alinhado ao compromisso de reduzir o impacto ambiental e buscar alternativas ao plástico tradicional. À medida que a produção desses novos materiais ganhe escala e volume, o objetivo é que os custos se tornem mais acessíveis, contribuindo para que a Natura acelere a substituição do plástico convencional de fonte fóssil das embalagens. “Acreditamos que os materiais do futuro devem não apenas minimizar impactos, mas reverter danos. Nossa tecnologia nasceu com esse propósito: transformar resíduos problemáticos em soluções regenerativas. Ver essa visão ganhar escala com parceiros como a Natura é um passo importante rumo a um futuro mais sustentável e colaborativo”, afirma Molly Morse, CEO e cofundadora da Mango Materials.
A startup recebeu investimentos da Natura em 2020, quando a Mango colaborou com a marca no lançamento da linha Biome. A parceria entre as companhias acontece desde 2018, quando o time de Pesquisa e Desenvolvimento da Natura já havia identificado o potencial disruptivo da tecnologia criada pela startup para substituir plásticos convencionais e a reduzir o impacto ambiental de seus produtos. Com a transferência da gestão da Mango para o Natura Ventures, o ativo passa a compor a estratégia do fundo, refletindo uma reclassificação do investimento já existente pela Natura. Essa movimentação reforça o posicionamento estratégico do CVC, amplia os mecanismos de governança sobre o portfólio e contribui para diversificar a atuação do fundo. Atenta às inovações que moldam o futuro da sustentabilidade e as tendências mais promissoras do mercado, a Natura utilizou a tecnologia em um acessório de Biome, marca de produtos em barra, 100% naturais e livre de plástico, lançada em 2021.
O biopolímero PHA da startup é produzido a partir da captura de biometano – gás até 20 vezes mais nocivo ao clima do que o CO2 – gerado na decomposição de resíduos orgânicos em estações de tratamento de água. A partir de biotecnologia, o metano é convertido em pellets biodegradáveis, aplicáveis em embalagens cosméticas, fibras têxteis e outros usos. “Nossa visão vai além de "causar menos impacto". Queremos gerar impacto positivo. Mas o desafio socioambiental é complexo e para isso precisamos nos conectar com as melhores ideias e soluções. Desde que conhecemos a Mango Materials, enxergamos o potencial da sua tecnologia em reprojetar cadeias produtivas inteiras, não apenas como uma alternativa ao plástico, mas como uma forma de dar novo propósito a resíduos. Ao capturar metano e convertê-lo em um material biodegradável de alto desempenho, essa solução representa o tipo de ciência aplicada que queremos ver no centro da transição para uma economia regenerativa” afirma Rômulo Zamberlan, diretor de Pesquisa Avançada da Natura.