Restauração de áreas degradadas mostra bons resultados
Nas últimas três décadas, a produtividade de determinadas culturas agrícolas, como feijão e milho, vem registrando queda em áreas do semiárido, especialmente em razão do aumento da seca na Caatinga, conforme mostra um estudo do Climate Policy Initiative da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (CPI/PUC-Rio). Também a pecuária recuou na região.
Entretanto, uma pesquisa conduzida por um grupo de cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e das Federais do Piauí (UFPI), do Ceará (UFC) e do Agreste de Pernambuco (Ufape) ressalta que a restauração de áreas degradadas e a melhora de propriedades microbianas do solo têm permitido a volta de serviços ecossistêmicos nativos. A reportagem assinada por Luciana Constantino, da Agência Fapesp, salienta que entre as técnicas utilizadas estão a retirada ou a restrição do acesso de gado a determinadas regiões de pasto; o cultivo de espécies para cobertura vegetal e a adoção de terracing, um procedimento que modifica a topografia em encostas ou inclinações para controlar a erosão.
Para recuperar áreas degradadas no semiárido, os pesquisadores se dedicaram a estudar o microbioma e suas funções, visando identificar novos inoculantes que pudessem auxiliar no desenvolvimento de vegetação nessas regiões. E o domínio das técnicas de restauração permitem melhor compreensão da qualidade da terra, menos uso de insumos artificiais e “melhora da agricultura por meio do potencial biotecnológico”.
A íntegra do artigo “From desertification to restoration in the Brazilian semiarid region: Unveiling the potential of land restoration on soil microbial Properties” está disponível no site https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0301479723025343?via%3Dihub.