Shell e SENAI CIMATEC vão produzir a partir do agave

01/05/2023
Ambas as frentes de atuação vão correr simultaneamente, ao longo de cinco anos.

A Shell Brasil e o SENAI CIMATEC fecharam parceria para iniciar nova fase do programa BRAVE (Brazilian Agave Development – Desenvolvimento de Agave no Brasil). O programa de Pesquisa e Desenvolvimento tem como objetivo explorar o potencial do Agave como fonte de biomassa para a produção de etanol, biogás e outros produtos no sertão nordestino. A nova etapa do BRAVE prevê o desenvolvimento de tecnologias de mecanização para o plantio e a colheita (BRAVE Mec) e de processamento de diferentes espécies de Agave (BRAVE Ind). Ambas as frentes de atuação vão correr simultaneamente, ao longo de cinco anos.

O SENAI CIMATEC junta-se à parceria já firmada, desde novembro de 2022, entre a Shell e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) para desenvolver soluções biológicas para aumento da produtividade do Agave (BRAVE Bio). Serão investidos cerca de R$ 100 milhões pela Shell, utilizando recursos oriundos da cláusula de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e da EMBRAPII. “Dentro da estratégia da Shell ‘Impulsionando o Progresso’ temos 4 pilares: gerar valor para acionistas, impulsionar vidas, respeitar a natureza e zerar emissão líquidas de carbono, e o BRAVE consegue entregar resultados em todos os pilares. É um projeto realmente diferenciado, inovador e transformacional” comenta Alexandre Breda, gerente de Tecnologia de Baixo Carbono da Shell Brasil.

Atualmente, a Shell Brasil investe aproximadamente R$ 600 milhões em projetos de P&D no Brasil, dos quais 30% destinado a iniciativas para a transição energética, como é o caso do programa BRAVE. A cerimônia de lançamento ocorreu em Conceição do Coité, município considerado ‘coração’ da região sisaleira da Bahia. Participaram do evento o vice-governador do estado, Geraldo Júnior; o gerente executivo do Senai CIMATEC, André Oliveira; o diretor da Agência de Inovação da Unicamp, Renato Lopes, o presidente da FIEB, Ricardo Alban; o diretor da ANP, Daniel Vieira; e o gerente geral de Tecnologia e Inovação da Shell Brasil, Olivier Wambersie.

O BRAVE Mec vai gerar soluções tecnológicas para processos que são executados manualmente ou utilizando implementos de baixo nível tecnológico. “No caso do plantio, vamos partir de um equipamento que já existe comercialmente e fazer adaptações para que funcione com as mudas de Agave. No caso da colheita, vamos desenvolver um equipamento específico para o Agave que será testado no campo experimental”, diz Sindelia Azzoni, pesquisadora de Bioprocessos da Shell. Já o BRAVE Ind prevê o desenvolvimento da rota de processamento do Agave para obtenção do etanol de primeira e segunda gerações, biogás, além de coprodutos. “A nossa intenção é utilizar 100% do potencial do Agave, não só a fibra do sisal, para obter etanol de primeira e segunda gerações, visando a implantação de uma nova cadeia de negócios, explica André Oliveira, Gerente Executivo do SENAI CIMATEC. Serão construídas plantas-piloto para validar o escalonamento dos processos dentro do SENAI CIMATEC Park, em Salvador.