A Agência Executiva para o Clima, Infraestruturas e Ambiente (CINEA) da Comissão Europeia concedeu subsídio de € 4,35 milhões a um projeto promovido pela Acciona Energia que promove a instalação de sistemas inteligentes de irrigação movidos à energia fotovoltaica para cerca de 2.000 agricultores na bacia do Ebro, na Espanha.
O projeto oferece vantagem tripla às comunidades beneficiárias de irrigação na bacia do Ebro: zero emissões de carbono, economia significativa de água e redução nas contas de energia. O projeto “Inovação em Bombagem Fotovoltaica em Comunidades de Irrigação” prevê a instalação de centrais fotovoltaicas de 7,35 MWp, com uma produção estimada em cerca de 12.000 MWh por ano, o que evitará a emissão anual de 1.800 toneladas de CO2.
Os módulos solares fotovoltaicos vão abastecer as redes de rega, e eliminarão as emissões de carbono associadas ao consumo da rede elétrica ou das bombas a óleo diesel. A eficiência no monitoramento e regulação do sistema também permitirá economia de água para irrigação, minimizando os problemas causados pela escassez de água. Esta redução no consumo de água resultará na necessidade de bombear menos o insumo, o que também economizará nas contas de energia.
O projeto, que exigirá um investimento total de cerca de 7,5 milhões de euros, é liderado pela Acciona Energia e envolve ainda a Universidade Politécnica de Madrid (UPM), a Federação Nacional das Comunidades de Rega, a consultoria de engenharia Rural e Agroalimentar (Cingral), Qualificação Fotovoltaica (QPV) e as Comunidades de Irrigação do Alto Aragón.
O projeto traz duas inovações, sendo que a primeira é a tecnologia usada para estabilizar a injeção de energia no sistema. Desenvolvida e patenteada pela UPM como resultado do projeto de pesquisa Maslowaten, que também foi financiado pela Comissão Europeia no programa H2020.
A tecnologia é complementada por um sistema descentralizado de monitoramento avançado, análise automatizada de desempenho, detecção e geração de relatórios de falhas, melhorando a eficiência da irrigação. O resultado é um sistema de irrigação fotovoltaico autônomo, eficiente e de alta potência sem baterias.
A segunda inovação é o modelo de negócio do projeto, pelo qual os agricultores não terão que pagar o custo inicial da instalação. Os agricultores amortizarão o custo por meio de um Contrato de Compra de Energia (PPA) de longo prazo com o fornecedor de energia solar para suas redes de irrigação. Esses PPAs oferecerão aos agricultores um preço competitivo e estável que reduzirá a exposição às flutuações do mercado de energia.