USP inaugura Centro de Excelência da OEA
No último dia 3 de dezembro aconteceu a cerimônia de reconhecimento do Centro de Excelência em Inovação Oceânica e Tecnologias Transformadoras da Universidade de São Paulo (Inova Oceano – Cátedra Unesco para a Sustentabilidade do Oceano) como membro da rede de Centros de Excelência da Organização dos Estados Americanos (OEA) em Tecnologias Transformadoras. Instituída em 2019 por meio de um convênio entre a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a USP, a cátedra tem o Instituto de Estudos Avançados (IEA) e o Instituto Oceanográfico (IO) como responsáveis por suas atividades e gestão, além da parceria de quatro instituições : a Coordenação de Ciências Oceânicas do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação; o Brazilian Future Ocean Panel (Painel Mar); a Brazilian Coastal Benthic Habitats Monitoring (ReBentos); e a SOS Mata Atlântica.
A iniciativa tem como objetivo agregar pessoas e esforços de diversas instituições - nacionais e internacionais - para avançar na agenda oceânica e fomentar pesquisa integrada e interdisciplinar, o desenvolvimento tecnológico, a inovação, a alfabetização oceânica e a tomada de decisões para a sustentabilidade do oceano e, assim, promover um sistema integrado de pesquisa, treinamento, informação e documentação sobre o tema. A perspectiva é que ela facilite a colaboração entre pesquisadores de reconhecimento internacional e da USP, bem como de outras instituições brasileiras e de outros países da América Latina e do Caribe. O centro deve ampliar e fortalecer a cooperação regional no desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação nas Américas, com o oceano como conector de diferentes abordagens, além de contribuir com os esforços que a USP tem implementado no desenvolvimento de ciências oceânicas, como o Pilar Oceânico estabelecido no Centro Internacional de Pesquisa (IRC, na sigla em inglês) do Centro Nacional de Pesquisa Científica Francês (CNRS, na sigla em francês) da USP. O Centro da OEA e o Pilar Oceânico do IRC terão uma agenda convergente planejada e implementada em sinergia.
“Estamos altamente comprometidos com os objetivos da ONU relacionados às questões voltadas das mudanças climáticas e da sustentabilidade. Nesse contexto, temos uma missão de proteção dos oceanos, que faz parte desse compromisso, e agora temos uma forte colaboração entre USP, CNRS, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), OEA e os legisladores paulistas, por meio da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), em uma situação ímpar que favorece as ações de proteção dos oceanos e impulsiona nossa colaboração com empresas privadas e com políticas públicas voltadas aos oceanos”, disse o reitor Carlos Gilberto Carlotti Júnior. “Sinto uma enorme satisfação ao ver a USP abrir suas portas para receber este centro e saber que ele está sendo hospedado no Brasil por um líder nas pesquisas oceânicas. Essa iniciativa demonstra sua capacidade para trazer projetos inovadores de todo o mundo para compartilhar e desenvolver soluções voltadas aos desafios que encaramos atualmente. Estamos confiantes que, ao tornar-se um centro de excelência da OEA, a USP passa a ser uma referência regional para os países das Américas e do hemisfério. Acreditamos que a ciência, a tecnologia e a inovação nos levam a um crescimento sustentável, inclusivo e resiliente”, afirmou a secretária executiva de Desenvolvimento Integral da OEA, Kim Osborne, em participação on-line.
O titular da Cátedra, Alexander Turra, que é docente do IO, disse que é um momento importante para todas as partes envolvidas, especialmente para os oceanos. “Ter essa oportunidade, de um arranjo institucional voltado para viabilizar pesquisas de alto nível focadas neste tema, permite pensar sobre o oceano e sua relação com a solução de problemas globais de forma muito mais ampla e efetiva. Um movimento valioso, unindo a USP, a Alesp, a Fapesp e o CNRS, mostra o comprometimento com a importância do oceano e nos permitirá avançar juntos para um futuro mais sustentável. O lançamento deste centro nos dará condições bastante fortes para encarar os desafios que temos no planeta com as crises de pobreza, do clima, da biodiversidade e da poluição, que vêm causando graves consequências”. Para o presidente da Fapesp, Marco Antonio Zago, o novo centro reflete o protagonismo paulista nas pesquisas oceânicas: “A Unesco declarou os anos de 2021 a 2030 como a Década do Oceano. As diferentes abordagens a respeito da proteção dos oceanos dependem e derivam da pesquisa científica, e a Fapesp é uma das maiores apoiadoras desses estudos no Brasil. Mais de um terço das pesquisas realizadas no País sobre o assunto são originadas no Estado de São Paulo, em um volume equivalente a toda produção argentina, quase todas incluídas em linhas de financiamento da nossa instituição”.
A diretora do IEA, Roseli de Deus Lopes, comentou que em um país como Brasil, com grande extensão costeira, é necessário prestar mais atenção aos oceanos e em como podemos inovar e usar os recursos para proteger o que temos. “Precisamos, também, disseminar todo o conhecimento que tem sido desenvolvido aqui na USP, em especial pelo professor Turra, e seguir adiante, pois ainda há muito trabalho esperando e muitas descobertas a serem feitas. Vamos trabalhar juntos para conseguir atingir o que precisamos para ter sucesso”, declarou. O evento contou também com a participação do embaixador Benoni Belli, representante permanente da Missão Brasileira junto à OEA, e diversas autoridades acadêmicas, representantes da Marinha do Brasil e pesquisadores internacionais.