Entraves de distribuidoras limitam investimentos
Segundo mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), a fonte limpa de energia já trouxe ao Brasil mais de R$ 113,8 bilhões em investimentos privados, com grande parte viabilizada por linhas de crédito. A associação acredita que este crescimento possa ser ainda maior, caso não houvesse os entraves arbitrários impostos pelas distribuidoras de energia elétrica. São mais de 3,1 mil pedidos de conexão cancelados e suspensos nos últimos meses, totalizando cerca de 1 GW em sistemas solares represados pelas concessionárias no Brasil. Com tais restrições, o prejuízo calculado pela ABSOLAR ultrapassa os R$ 3 bilhões.
Apesar dos entraves, o Brasil possui mais de 100 linhas de financiamento de sistemas solares para consumidores, incluindo bancos públicos, privados, fintechs e cooperativas de crédito, o que têm ampliado o acesso à tecnologia por todas as camadas da sociedade, de todas as classes sociais. A energia solar em telhados, fachadas e pequenos terrenos possui cerca de 22,5 GW de potência instalada no País, e beneficia mais de 2,9 milhões de unidades consumidoras, espalhadas por 5.529 municípios e em todos os estados brasileiros.
Para Carolina Reis, diretora da fintech Meu Financiamento Solar, os painéis solares são hoje uma solução eficaz e acessível para mudar a maneira de gerar a energia nas residências, empresas e condomínios, com vantagens que vão desde o benefício financeiro na conta, passando pela preservação do meio ambiente e a valorização do imóvel. “Uma das grandes facilidades da crescente oferta de crédito para financiamento de projetos fotovoltaicos, que, na prática, elimina a necessidade de ter recursos próprios para a instalação de painéis solares”, comenta. Já Nuno Verças, CEO da fintech Sol Agora, ressalta que a energia solar está na vanguarda da transição energética, com geração limpa e independente de combustíveis fósseis. “Com o apoio essencial dos modelos de financiamento, o Brasil experimenta a popularização do acesso à energia solar em lares, nos comércios, nas indústrias e no agronegócio”, conclui.