O Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), carteira composta por 39 empresas, de 15 setores, listadas na B3 e reconhecidas por suas boas práticas de sustentabilidade, apresentou o pior resultado entre janeiro e agosto de 2021, segundo levantamento realizado pela Comdinheiro, com base em dados da própria B3. A carteira encerrou o período com rendimento negativo de -3,27%. O segundo pior índice foi o Ibovespa, com -0,20%. O IGC, por sua vez, apresentou alta de 2,21%. Todas perdem para a inflação, que entre janeiro e agosto acumula alta de 5,67%.
Filipe Ferreira, diretor Financeiro da Comdinheiro, explica que o mau desempenho do ISE é pontual, pois desde que foi criado, em 2005, valorizou 294,73% contra 245,06% do Ibovespa. “O resultado não reflete o potencial que as empresas integrantes desse índice possuem. Temos de lembrar que a Bolsa como um todo está muito volátil por causa da crise gerada pela pandemia”, afirma.
No Brasil, o investidor que busca rentabilidade associada à responsabilidade ambiental e social, tem a opção de investir em ações das companhias integrantes do Índice. O indicador se assemelha ao Índice de Governança Corporativa (IGC), que reflete o valor dos ativos de todas as empresas com governança corporativa diferenciada, e ao Índice Bovespa (Ibovespa), carteira teórica das ações com maior negociabilidade na Bolsa de Valores. O sócio-fundador da BR Rating, Marcos Rodrigues, concorda que se trata de um momento atípico. “O ISE conta com uma quantidade menor de empresas em comparação com o Ibovespa. Dessa forma, o resultado de cada companhia tem um peso maior na performance geral. Se as maiores pertencerem a segmentos da economia muito afetados pela crise, é possível que elas derrubem o resultado do índice todo. A volatilidade tende a ser maior quanto menos players integrarem o grupo”, afirma.