O ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles pediu demissão nesta quarta-feira, 23 de junho, ao presidente Jair Bolsonaro. O ato de exoneração foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). O atual Secretário da Amazônia e Serviços Ambientais da pasta, Joaquim Álvaro Pereira Leite foi nomeado para substituir Salles. .
“Eu entendo que o Brasil, ao longo deste ano e em 2022 e, na inserção internacional e também na agenda nacional, precisa ter uma união muito forte de interesses, de anseios e de esforços. Para que isso se faça da maneira mais serena possível, eu apresentei ao presidente o meu pedido de exoneração, que foi atendido”.
Ricardo Salles é alvo de duas investigações no Supremo Tribunal Federal (STF) e estava sob pressão. O agora ex-ministro alegou motivos familiares para deixar o cargo. Salles estava desde 2019 na pasta do Meio Ambiente.
Em nota, a coordenação do Observatório do Clima afirmou que “o agora ex-antiministro do Meio Ambiente deixa um legado sombrio: dois anos de desmatamento em alta, dois recordes sucessivos de queimadas na Amazônia, 26% do Pantanal carbonizado, omissão diante do maior derramamento de óleo da história do Brasil, emissões de carbono em alta e a imagem internacional do país na lama. Para não dizer que só destruiu tudo, Salles acrescentou uma expressão ao léxico do português brasileiro: "boiada", como sinônimo de destruição ambiental”.