Por Renata Ross *
Dia 22 de março é celebrado o Dia Mundial da Água. Essa data foi estabelecida em 1993 pela Organização das Nações Unidas (ONU) para selar um acordo com os países e chamar a atenção de governos, empresas, organizações não governamentais e todos os setores da sociedade, a fim de promover a conscientização pública sobre a importância da preservação e do desenvolvimento dos recursos hídricos e da implementação das recomendações propostas pela Agenda 21.
Segundo dados da ONU, o Brasil é o país detentor da maior disponibilidade hídrica do planeta, com cerca de 12% do deflúvio médio mundial. Além disso, recentemente foi registrado um aumento de 109% no volume de água que pode ser convertida em energia nos reservatórios das hidrelétricas de todo o país, como revela os dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), divulgados no início do ano.
Portanto, apesar das chuvas terem melhorado o nível dos reservatórios e dado um alento aos sistemas hídricos, a quantidade de lixo encontrada nos rios é grande e tem preocupado especialistas ambientais por colocar em risco a biodiversidade marinha. De acordo com o programa do Governo Federal chamado Rios + Limpos, em setembro do ano passado foi realizada uma ação, com 130 voluntários, onde foram retiradas toneladas de lixo ao longo da bacia do Pantanal. Além da poluição da água doce, a correnteza acaba levando o lixo diretamente para o mar, afetando também a vida marinha.
Pesquisa realizada pela World Wide Fund for Nature ou Fundo Mundial para a Natureza (WWF), destacada pelo Atlas do Plástico, revela que o Brasil é responsável por despejar de 70 a 190 mil toneladas de resíduos plásticos nos oceanos todos os anos e, apesar de ter instituído a Política Nacional de Resíduos Sólidos em 2010, quase nenhum dos objetivos de reciclagem foi atingido dentro das metas estipuladas.
Os dados apontam que nunca foi tão urgente a necessidade de repensarmos a ideia do lixo e diminuir a pegada ambiental que deixamos no meio ambiente. É mais do que necessário que a humanidade repense os padrões de consumo praticados atualmente, dando preferência a produtos e serviços de empresas que já tenham incorporado uma agenda sustentável em seu modelo de negócios, seja reduzindo o uso de recursos naturais, eliminando componentes tóxicos em sua produção, criando linhas de produtos recicláveis e reciclados ou mesmo trabalhando com embalagens retornáveis.
Ninguém é tão pequeno que não possa fazer a diferença. É importante focar nas ações diárias, e muitas delas são simples, mas que no final do dia geram grande impacto. Problemáticas muito grandiosas costumam nos paralisar. Por outro lado, quando medidas que estão ao nosso alcance são apresentadas, as chances de adesão por grande parte da população são maiores e isso faz com que os efeitos em larga escala se tornem grandiosos.
* Renata Ross é gestora de Marketing e Relacionamento na TerraCycle