ANA lança estudo sobre monitoramento hidrometeorológico
A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) lança hoje, no Dia Mundial da Água (22 de março) o estudo Avaliação de Custos e Benefícios da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN) – Estudos de Casos, um documento inédito que mostra a relação entre o valor investido na Rede e o retorno que ela proporciona para a sociedade. Financiado pela ANA e desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH/UFRGS), uma das conclusões do estudo é de que o emprego dos dados na configuração e implementação de sistemas de alerta para eventos climáticos extremos, como secas e inundações, pode evitar perdas de até R$ 661 para cada R$ 1 investido, relação quantificada a partir das perdas e custos evitados em decorrência de alertas para inundações em áreas urbanas.
A ANA mostra ainda o levantamento realizado nos municípios gaúchos de São Sebastião do Caí e Montenegro, sujeitos a cheias frequentes do rio Caí. As informações sobre o impacto das chuvas e dados da RHN permitem o mapeamento de áreas inundáveis com seus respectivos períodos de retorno – periodicidade estimada entre ocorrências de tais eventos. Caso empregadas no planejamento urbano, de modo a restringir ocupações em áreas inundáveis, essas informações poderiam trazer um retorno (em danos e perdas evitadas) de até R$ 14 para cada R$ 1 investido. A partir de um estudo de caso da bacia hidrográfica do rio Taquari-Antas, a cada R$ 1 aplicado no custeio da rede de monitoramento local para produzir os dados de melhor qualidade, são esperados benefícios de até R$ 106, o que está associado à redução de custos decorrentes de eventual superestimativa da garantia física (quantidade de energia que a hidrelétrica é capaz de garantir) de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). Outro resultado do levantamento aponta que cada R$ 1 investido na RHN para disponibilizar dados ao processo decisório para operação hidrelétrica na bacia do rio Paraná pode trazer um retorno de R$ 134.
A ANA levantou ainda aspectos gerais do uso dos dados hidrológicos gerados para os setores usuários do saneamento básico, produção agrícola e industrial, geração de energia, transportes, infraestrutura e defesa civil. A partir do levantamento sobre os custos de implementação e operação da rede de monitoramento sob responsabilidade da ANA, foi selecionado um grupo de setores da economia para quantificar os benefícios conquistados com a adoção do uso de dados hidrológicos, os quais foram comparados com os custos de produção dos dados da RHN. Assim, foi possível realizar uma análise de custos e benefícios proporcionados pela Rede.
O estudo reforça a importância do monitoramento hidrológico e a necessidade de se aprimorar a atuação da ANA na coordenação da Rede Hidrometeorológica Nacional. Tal ferramenta de monitoramento é necessária para se conhecer a quantidade e qualidade dos recursos hídricos no País, assim como para subsidiar e qualificar decisões tomadas por órgãos e entidades públicas e privadas a partir dos dados de monitoramento hidrológico.
O lançamento do estudo acontecerá às 14h30, durante o evento em celebração ao Dia Mundial da Água, realizado pela ANA, no Auditório Flávio Terra Barth, na sede da Agência, em Brasília (DF), com transmissão pelo canal da ANA no YouTube. A programação da celebração ao Dia Mundial da Água começa a partir das 9h, com homenagens e lançamentos.