BHL usa microalgas para produzir biocombustíveis
O laboratório de inovação BHL (Bev Hack Lab) colhe os primeiros resultados do projeto que tem como meta explorar o desenvolvimento sustentável de microalgas, por meio de equipamentos cervejeiros, como centrífugas, para produzir biomassa a partir delas. Esta ação integra as chamadas "experiências de garagem", que refletem a cultura hacker de inovação adotada pelo laboratório. O BHL já realiza pesquisas com a aplicação de microalgas spirulina e chlorella na criação de iogurtes, ingredientes para alimentos e suplementos nutricionais. No entanto, o foco principal é a descarbonização, ao aproveitar o fato de que as microalgas consomem dióxido de carbono para produzir óleo e nutrientes. Tais subprodutos têm potencial para serem convertidos em biocombustíveis, como biodiesel e bioetanol, capazes de alimentar geradores de energia, propiciando um ciclo energético sustentável.
Pesquisas da Embrapa Agroenergia mostram que o cultivo de microalgas pode gerar até 50 mil litros de óleo por hectare anualmente, um rendimento cerca de 100 vezes superior ao da soja, que atualmente é a oleaginosa mais cultivada no Brasil para este propósito. "Ao explorar o vasto potencial das microalgas, estamos não apenas vislumbrando um avanço em termos de nutrição e saúde com um superalimento promissor, mas também trazendo soluções reais para os desafios de sustentabilidade do nosso tempo. Os resultados iniciais já estão aparecendo indicando que esses organismos minúsculos podem oferecer opções enormes para um futuro mais verde e nutritivo", declara José Virgilio Braghetto Neto, líder do Bev Hack Lab, ressaltando o impacto inicial do estudo sobre microalgas.
Com relação às aplicações das microalgas, os microorganismos, com mais de 80 a 100 mil espécies distribuídas em ambientes aquáticos ao redor do planeta, são uma fronteira inovadora em sustentabilidade, nutrição, geração de energia, entre outros campos. As microalgas são empregadas como matéria-prima na produção de suplementos alimentares, ração animal e insumos para a indústria farmacêutica e cosmética, já que são consideradas um "superalimento" pela sua riqueza em proteínas, antioxidantes, Ômega-3, sais minerais e vitaminas do complexo B, além de contribuir na captura de CO2 atmosférico e serem utilizadas no tratamento de esgoto e efluentes, onde promovem a decomposição aeróbica de resíduos orgânicos.