CBA desenvolve processo inovador para reciclar embalagens
A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) acaba de desenvolver um projeto inovador, batizado de Tecnologia ReAl (Recycling Aluminium), que separa o alumínio e o polímero das embalagens flexíveis e cartonadas, que são usadas para acondicionar alimentos, bebidas, cosméticos, entre outros produtos. A inovação garante a circularidade e a utilização dos dois materiais em novas embalagens, além de gerar benefícios ambientais, sociais, econômicos. Com o projeto, a CBA acredita ser possível alavancar os níveis de reciclagem de embalagens pós-consumo no País.
A tecnologia instalada dentro da Fábrica da CBA em Alumínio (SP) tem capacidade de reciclar 1,3 bilhão de embalagens anuais e pode ser ampliada de forma modular, conforme o crescimento das taxas de coleta. A unidade opera neste momento em fase de comissionamento, ou seja, por etapas e de forma contínua, até atingir escala industrial, prevista para o primeiro trimestre de 2025. O piloto do projeto foi realizado no CNPEM – Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, localizado em Campinas (SP). O ReAl também contou com a parceria da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), que contribuiu com o financiamento do primeiro módulo desta tecnologia. “O ReAl chega ao mercado de forma inovadora para potencializar o processo de reciclagem de embalagens multimateriais com alumínio e gerar novas soluções para embalagens cartonadas e flexíveis. Com este novo projeto, reafirmamos o compromisso da CBA com a sustentabilidade e demonstramos que a nossa estratégia está alinhada à adoção das melhores práticas ambientais em toda a cadeia de produção, além de apoiar nossos clientes e parceiros em suas metas de descarbonização das operações e proteção ao meio ambiente. Assim, toda a cadeia será beneficiada”, declara o Diretor do Negócio de Produtos Transformados, Inovação e Transformação Digital da CBA, Fernando Varella.
A Tetra Pak é parceira da CBA no projeto e o enxerga com bons olhos. “No momento em que vivemos, a sustentabilidade não é somente um pilar, ela é a nossa estratégia. A CBA é nossa parceira nesse trabalho e nos ajuda todos os dias a entregar nosso propósito de proteger os alimentos, as pessoas e o planeta. A reciclagem no país ainda apresenta grandes desafios relacionados à coleta seletiva e à conscientização ambiental. Estamos entusiasmados com o ReAl, pois ele concretiza a visão de economia circular, com potencial para potencializar nossa taxa de reciclagem, agregando mais valor ao material pós-consumo e distribuindo prosperidade ao longo da cadeia”, destaca Marco Dorna, Presidente da Tetra Pak Brasil. Além do benefício da reciclagem integral do alumínio e do plástico, outro resultado relevante do projeto ReAl, que já recebeu patente verde, é a geração de hidrogênio (gás com alta capacidade para gerar energia) durante o processo. A grande vantagem do hidrogênio é que ele não gera CO2 e pode ser reutilizado para abastecer a própria planta produtiva, substituindo o uso de combustíveis em etapas de combustão, realizadas por exemplo em caldeiras e fornos calcinadores.
O processo do ReAl utiliza uma solução alcalina para isolar o alumínio do plástico. Assim, o alumínio é separado e, por ser infinitamente reciclável, volta ao processo produtivo, podendo dar origem novamente a uma folha de alumínio para embalagens, assegurando 100% das suas propriedades. O plástico não reage em meio alcalino e, portanto, sai totalmente limpo ao final do processo, podendo ser reciclado e utilizado em aplicações mais nobres. Mais detalhes sobre o processo da tecnologia ReAl podem ser obtidos através do site https://www.cba.com.br/real.
O ReAl também foi pensado para se integrar às dinâmicas existentes na cadeia de coleta e reciclagem já estabelecidas. Assim, soma esforços com todas as entidades que fazem parte desse processo no Brasil, gerando valor social, por exemplo, por meio do incremento de renda de catadores de materiais recicláveis. “A tecnologia desenvolvida pela CBA tem grande potencial de alavancar a taxa de coleta, o que contribui para o aumento proporcional do volume de embalagens disponíveis para a reciclagem e gera importantes benefícios para todo o setor”, destaca Varella.