Cesan investe R$ 145 milhões para combater perdas de água

13/01/2024
Robôs e inteligências artificiais serão empregados na estratégia.

A Companhia Espírito-santense de Saneamento (Cesan) anunciou a incorporação de robôs e inteligência artificial na estratégia de combate aos vazamentos de água em municípios da Grande Vitória. O projeto, que recebeu investimentos de aproximadamente R$ 145 milhões, entra em operação já nos próximos dias e visa atuar na recuperação, substituição e implantação de novas redes de água, adotando tecnologia de ponta. Tal modernização inclui métodos não destrutivos e o emprego de inteligência artificial na detecção e resolução de vazamentos. “São as tecnologias mais avançadas do mundo, destinadas à redução de perdas e ao aumento da vida útil do sistema. Cada metodologia é designada para casos específicos, mas todas com o objetivo de ter uma execução mais rápida, menos poluidora, com menor transtorno à população e melhor custo-benefício”, afirmou o governador capixaba Renato Casagrande. 
Além de reduzir os impactos nas obras de implantação ou substituição de redes, a Cesan tem como meta diminuir o tempo de execução e o custo operacional dos serviços. Os gastos com manutenção de redes representam o terceiro maior custo operacional da empresa, alcançando aproximadamente R$ 40 milhões por ano. Atualmente, apenas São Paulo, Fortaleza, Bahia, João Pessoa e o Distrito Federal utilizam essa tecnologia. É um passo importante que estamos dando em direção à modernização e eficiência das operações da Cesan, promovendo benefícios diretos para a população ao minimizar transtornos, reduzir custos e agilizar as intervenções nos sistemas de água e esgoto da região”, disse o presidente da Cesan, Munir Abud.
 
A Cesan gerencia mais de nove milhões de metros de redes de água e mais de quatro milhões de metros de redes de esgoto em 53 municípios no Espírito Santo, tornando-se um ambiente propício para a implementação da tecnologia não destrutiva na substituição e instalação de novas redes. Os novos métodos tecnológicos serão aplicados em áreas de grande movimentação veicular, onde bloquear o trânsito é complexo em grandes avenidas da capital capixaba. A implantação será estendida por toda a Grande Vitória, região que concentra o maior número de pessoas atendidas e a maior extensão de redes de grande porte da companhia.

Dessalinização

Outro projeto que será desenvolvido pela Cesan em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento (Sedes) é a instalação de uma usina de dessalinização para converter água do mar em potável no Espírito Santo. O projeto integra a Carteira de Parcerias Público-Privadas (PPPs) do Estado. A proposta, validada pelo Conselho Gestor do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), tem como objetivo oferecer fonte alternativa de abastecimento de água à Região Metropolitana da Grande Vitória e aos municípios de Anchieta e Aracruz.

“Nossa expectativa é de que possamos ter uma usina no Espírito Santo com capacidade para 1.100 litros convertidos de água salgada para água doce por segundo, com volume compatível para abastecer uma cidade com mais de 550 mil habitantes. Ou seja, estamos investindo em alternativas hídricas que possibilitem água de qualidade para consumo humano e para abastecer a indústria, a nossa economia, que é geradora de emprego e oportunidade. Mais do que preocupados, nós estamos trabalhando para gerar iniciativas”, disse o vice-governador e secretário de Estado de Desenvolvimento do Espírito Santo, Ricardo Ferraço. A previsão é de que o edital de Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) seja lançado no primeiro semestre deste ano. O PMI é o chamamento público para que empresas possam apresentar estudo de viabilidade e levantamento de dados sobre o projeto em questão.

Para o presidente da Cesan, Munir Abud, a implementação da usina de dessalinização será um marco histórico no saneamento capixaba, já que o projeto é uma medida que evidencia a antecipação do Governo do Estado aos desafios enfrentados em relação ao abastecimento de água, especialmente em tempos em que a segurança hídrica se tornou uma preocupação crescente. “A iniciativa atende às necessidades imediatas de abastecimento e está alinhada com nossa visão de sustentabilidade ambiental. Por meio do funcionamento eficiente e ecologicamente responsável, estamos minimizando a pressão sobre os mananciais”, destacou.

Em novembro de 2023, Ricardo Ferraço e Munir Abud visitaram o Chile para conhecer de perto a experiência positiva da usina de dessalinização em operação no deserto de Atacama, que utiliza água do Oceano Pacífico para abastecer residências na localidade. No mês seguinte, representantes da empresa espanhola GS Inima protocolaram documento de Manifestação de Interesse Privado (MIP) na Sedes para instalar usinas de dessalinização em território capixaba. A partir da publicação do edital de PMI, outras empresas interessadas terão a oportunidade de propor estudos de viabilidade do projeto.