Desastres naturais aumentam por fenômenos climáticos
Segundo estudo científico coordenado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) indica uma maior tendência de fenômenos climáticos intensos. O Cemaden realizou o estudo climático com base nas fortes chuvas que atingiram Pernambuco e outros estados do Nordeste em maio de 2022. Na ocasião, 130 pessoas morreram em decorrência de deslizamentos de terra. “Em todo mundo existe uma tendência de extremos e não só de chuvas, mas também de secas, furacões, ondas de calor e de frio. Esta é uma tendência observada, e o Brasil não é uma exceção. A tendência de extremos está aumentando em todo mundo”, explica o climatologista José Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Cemaden.
Para o coordenador da pesquisa são necessárias ações de conscientização, prevenção e gestão do risco de desastres, além de monitoramento eficiente da previsão com a participação de todos, o que requer educação e mudança cultural. “A população tem que desenvolver uma percepção sobre os desastres. Algumas pessoas não querem deixar suas casas, outras voltam escondidas para pegar documentos e terminam atingidas por avalanches de rochas, deslizamentos e enxurradas”. Marengo diz ainda que as chuvas não são as responsáveis pelas mortes, mas a falta de um planejamento urbano e tomadores de decisão que devem ter uma percepção sobre os desastres naturais mais comuns hoje em dia.
O artigo “Flash floods and landslides in the city of Recife, Northeast Brazil after heavy rain on May 25–28, 2022: Causes, impacts, and disaster preparedness” (Inundações repentinas e deslizamentos de terra na cidade de Recife, Nordeste do Brasil, após fortes chuvas de 25 a 28 de maio de 2022: causas, impactos e preparação para desastres) teve a participação de 12 pesquisadores e foi publicado no jornal científico internacional da Elsevier – Weather and Climate Extremes em janeiro.