A Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA) aprovou acordo que prevê a criação do primeiro tratado global para combater a poluição provocada pelo plástico. A resolução é considerada pela UNEA o mais significativo pacto ambiental desde o Acordo de Paris, assinado em 2015.
Os Estados-membros da organização debateram o tema durante mais de uma semana em Nairóbi, capital do Quênia. Com a aprovação, a ONU abre caminho para conter a crescente poluição de plástico em todo o mundo, que atinge diversos biomas, desde oceanos até áreas verdes. O tratado deve ser concluído até 2024.
"Hoje estamos fazendo história e todos devemos estar orgulhosos. A poluição plástica transformou-se em uma epidemia. Com a resolução de hoje, estamos oficialmente no caminho certo para uma cura", afirmou Espen Barth Eide, presidente da UNEA. A resolução ainda carece de detalhes, mas a negociação do tratado vinculante, por um comitê intergovernamental, terá efeitos em empresas e economias de todo o mundo. Tratados restritivos à produção, uso ou design de plástico geram impactos econômicos em empresas petrolíferas e químicas que fabricam produtos plásticos, além de gigantes de bens de consumo que vendem produtos em embalagens de uso único.
Alguns dos países mais afetados pelos impactos do futuro tratado seriam os Estados Unidos, a Índia, a China e o Japão.
Apesar da aprovação, ainda há discordâncias sobre o que deve ser incluído no texto final do tratado, disse o embaixador suíço para o meio ambiente, Franz Perrez. "É uma divisão entre aqueles que são ambiciosos por uma solução para o problema e aqueles que não querem encontrar soluções, independentemente das razões", destacou Perrez.
Conforme pesquisa feita pelo Instituto Ipsos, com sede em Paris, medidas para diminuir o consumo e a produção de plástico têm recebido bastante apoio público. No entanto, a aprovação do acordo é apenas o início de um longo e árduo trabalho. "Este é apenas o começo, temos muito trabalho pela frente. Mas é o começo do fim dos resíduos plásticos para o planeta", disse, chorando, Monica Medina, chefe da delegação americana.