A Agência da ONU para Refugiados ACNUR com apoio do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e da UNIDO (Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial) desenvolve em Boa Vista (RR) a Operação Acolhida, que atende refugiados e migrantes da Venezuela em abrigos temporários. Na capital de Roraima, os venezuelanos cuidam do projeto de aquaponia, que é o trabalho de limpar o tanque de peixes deste sistema que combina piscicultura com cultivo de vegetais e hortaliças utilizando a mesma fonte de água.
Membro do Comitê de Sustentabilidade do abrigo, Julio Bastardo está entusiasmado com a atividade. “Tudo o que estou aprendendo, como reaproveitar água utilizada, reciclar resíduos e preservar a natureza para o futuro, vai me ajudar a construir casas de forma mais ecológica”, afirma. Segundo Julio, de 14 anos, o sistema traz benefícios para a comunidade e natureza e cita que faz parte do grupo de 20 jovens e crianças envolvidas na iniciativa implementada no Espaço Emergencial 13 de Setembro – um dos abrigos da Operação Acolhida, resposta governamental ao fluxo de refugiados e migrantes da Venezuela para o Brasil.
Em outro ponto da capital roraimense, uma outra iniciativa vem ganhando corpo. A partir de resíduos orgânicos, um biodigestor gera energia renovável para o abrigo São Vicente 2, e, com isto, reduz o volume de lixo que seria despejado no aterro sanitário municipal de Boa Vista.
O biodigestor também produz biofertilizante líquido para irrigar, com muitos nutrientes, os pequenos jardins do abrigo. O sistema instalado em janeiro começou a produzir biogás em março de 2021. Atualmente, está processando 30% do lixo orgânico gerado no local, reduzindo o impacto na infraestrutura local e fornecendo 35% do biogás consumido pela cozinha comunitária do abrigo.
