Os gargalos para São Paulo atingir a universalização

28/01/2024
Os números indicam um caminho rumo à universalização do saneamento, mas São Paulo ainda precisa evoluir no tratamento de esgoto e reduzir o índice de perdas de água na distribuição

Com quase 12 milhões de habitantes, a cidade de São Paulo que comemora 470 anos em 2024 atende 99,29% da população com acesso à água e 97,31% com coleta de esgoto, serviços básicos e alinhados com as metas estabelecidas pelo Novo Marco Legal do Saneamento Básico, isto é, 99% dos habitantes com acesso à água e 90% com coleta de esgoto que devem ser cumpridas até 2033. 

Os números indicam um caminho rumo à universalização do saneamento, mas São Paulo ainda precisa evoluir no tratamento de esgoto e reduzir o índice de perdas de água na distribuição. Segundo dados do novo diagnóstico do Sistema Nacional de Informações de Saneamento (SNIS), ano-base 2022, a capital paulista evoluiu 3,8% no índice de tratamento de esgoto em relação ao ano de 2021, tratando 75,24% dos esgotos gerados. Por outro lado, o indicador de perdas na distribuição apresentou uma pequena piora de 0,17%, indo de 29,9% para 30,07%. Esses dois serviços básicos ainda não estão alinhados com as metas para universalização. Para conseguir atingir a universalização, São Paulo precisa ampliar para 90% o tratamento de esgoto e alcançar os padrões de excelência nos índices de perdas, isto é, 25% em perdas na distribuição (IN049). A capital precisará seguir com o foco na melhoria dos serviços básicos para todos os habitantes, tanto das áreas urbanas, como também para as áreas vulneráveis e irregulares, nas quais ainda sofrem com ausência do serviço regular de água e esgotamento sanitário.

A partir do saneamento universalizado para toda população, a capital paulista terá diversos impactos positivos provindos dos benefícios ao acesso pleno de uma água de qualidade e da coleta e tratamento adequado de esgoto. Isto é, os habitantes serão mais saudáveis para as atividades cotidianas (trabalho e lazer), a escolaridade média dos estudantes tende a aumentar pela prevenção de doenças de veiculação hídrica, haverá o fomento da atividade econômica e, consequentemente, geração de empregos com a expansão do saneamento.