Para especialista, COP29 deve ser ponto de virada nos compromissos

13/11/2024
O compromisso de US$ 100 bilhões anuais, estabelecido para ajudar países em desenvolvimento na transição verde, vem sendo apontado como insuficiente

A 29ª conferência do clima das Nações Unidas (COP29) ocorre entre 11 e 22 de novembro em Baku, capital do Azerbaijão. Segundo especialistas, a expectativa para este ano é de avanços nas negociações climáticas, com foco principal no mercado de carbono, o qual muitos países expressaram decepção com a falta de clareza nas regras de comercialização de créditos estabelecidas pelo Artigo 6 do Acordo de Paris. “O mercado de carbono é um catalisador vital para iniciativas de mitigação climática e transição sustentável. Se as regras forem bem definidas, podem acelerar a transição energética e ajudar os países a cumprirem suas metas de descarbonização”, disse Gustavo Loiola, especialista em ESG e Gerente de Projetos Educacionais no PRME, iniciativa do UN Global Compact.

Para Loiola, o objetivo da COP29 é criar um sistema global robusto que incentive práticas sustentáveis e permita transações financeiras com créditos de carbono entre países. O financiamento climático também é uma preocupação urgente. “O compromisso de US$ 100 bilhões anuais, estabelecido para ajudar países em desenvolvimento na transição verde, vem sendo apontado como insuficiente”. Para a conferência de Baku, há expectativa de uma nova abordagem mais robusta. “No contexto latino-americano, mecanismos financeiros sólidos são vitais para implementação de soluções de longo prazo”, afirmou o especialista.

Além disso, essa será a primeira conferência após a divulgação do Global Stocktake, que revelou um progresso insuficiente das nações para atingir a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C. Isso coloca ainda mais pressão sobre os líderes para revisar suas NDCs com maior ambição. “A COP29 precisa ser um ponto de virada em termos de compromissos. Espera-se que os países aumentem suas metas e tomem ações concretas antes da COP30 no Brasil”, complementa Gustavo Loiola.