Árvores resistentes às mudanças climáticas identificadas na Grande SP

22/04/2025
Instituto de Pesquisas Ambientais revela seis espécies nativas oferecendo subsídios para políticas de arborização e conservação ambiental.

Um estudo conduzido pelo Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) mapeou seis espécies de árvores nativas da Mata Atlântica com maior potencial de resistência aos efeitos das mudanças climáticas na região metropolitana de São Paulo. A análise envolveu folhas de 29 espécies presentes em fragmentos urbanos e periurbanos, e identificou aquelas mais tolerantes a poluição e variações extremas de temperatura. A pesquisa utilizou testes em campo e laboratório para avaliar a saúde das plantas e sua resposta aos fatores climáticos.

As espécies destacadas até o momento – como o Camboatá (Cupania vernalis), o Capixingui (Croton floribundus) e o Guamirim-ferro (Myrcia tijucensis) – poderão ser consideradas no futuro para compor projetos de arborização urbana, desde que atendam a critérios adicionais como resistência a pragas e adaptação ao espaço urbano. “Compreender quais espécies são mais resistentes aos estressores ambientais é fundamental para o planejamento urbano e a conservação da biodiversidade em regiões metropolitanas”, afirma a pesquisadora Marisa Domingos, que coordenou o trabalho.

O IPA agora avança para uma nova etapa da pesquisa, com o objetivo de aprimorar os métodos de avaliação e incluir novos biomarcadores para mensurar a tolerância das árvores a área urbana. Além disso, o grupo irá ampliar a análise para mais espécies nativas, incluindo as usadas em reflorestamento, com testes em câmaras de crescimento simulando deposição de poluentes e eventos climáticos extremos. O estudo integra o Plano de Desenvolvimento Institucional em Pesquisa (PDIP), financiado pela Fapesp, e contribui diretamente para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas à adaptação climática e à conservação dos ecossistemas urbanos.