Brasil aumenta em 10% as emissões em 2020

03/11/2021
As emissões advindas do uso da terra responderam por quase 3/4 do total nacional.

Segundo relatório do SEEG, as emissões globais caíram 7% em 2020 em relação ao ano anterior em razão da pandemia. Por outro lado, o Brasil aumentou as emissões em 10%, puxadas pelo desmatamento na Amazônia – que cresceu mais de 20%. 

As emissões advindas do uso da terra responderam por quase 3/4 do total nacional. O desmatamento em todo os biomas representou mais de 40% e o rebanho bovino e dejetos emitiram 17% do total. As emissões em relação a 2019 foram menores do que 5%. A emissão da maioria das indústrias caiu, exceção feita à do setor cimenteiro, que aumentou 10%. O Brasil havia assumido compromissos voluntários em 2009 para reduzir as emissões entre 36% e 39% até 2020. 

Feitas as contas, corrigindo linhas de base e fatores de comparação, as emissões de 2020 foram 1% abaixo do limite superior da meta. Mas o compromisso de controlar o desmatamento não aconteceu. A meta era não desmatar mais do que 4.000 km2 em 2020, só que foi mais de 10.000 km2. Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, disse que o Brasil conseguiu a proeza de ser talvez o único grande emissor que poluiu mais durante o primeiro ano da pandemia. Os dados do SEEG confirmam que os destruidores da floresta, foram embalados pela antipolítica ambiental de Jair Bolsonaro. “É mais um golpe na imagem internacional do país, que chegará completamente desacreditado a Glasgow na semana que vem para a COP26”.