Brasil já tem o equivalente a mais de 1 milhão de piscinas olímpicas

15/07/2024
Esses índices impactam à saúde dos cidadãos e aumentam a incidência de doenças associadas à falta de saneamento,

egundo dados do SNIS 2022, apenas 56% da população tem acesso à coleta de esgoto e 52,2% desse esgoto é tratado, o que resulta em um volume de 5.253 piscinas olímpicas de esgoto não tratado despejadas diariamente no meio ambiente. De acordo com o esgotômetro do Instituto Trata Brasil, inspirado no impostômetro, o País já ultrapassou a marca de 1 milhão de piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento lançadas na natureza em pouco mais de seis meses de 2024.

Esses índices impactam à saúde dos cidadãos e aumentam a incidência de doenças associadas à falta de saneamento, como diarreia, esquistossomose, febre amarela, dengue, leptospirose, entre outras. Segundo informações do DATASUS (2022), disponíveis no Painel Saneamento Brasil, mais de 191 mil internações foram registradas no país devido a essas enfermidades. Além disso, o despejo irregular de esgoto no meio ambiente deteriora e contamina os recursos naturais, especialmente os corpos hídricos, que são fontes essenciais de abastecimento de água para a população.

Outra implicação direta está relacionada ao potencial turístico de uma região. O acesso aos serviços de saneamento, como água potável, coleta e tratamento de esgoto, são pré-requisitos para o desenvolvimento do turismo local. A precariedade desses serviços afeta diretamente essa atividade econômica, que representa uma importante fonte de renda e emprego para muitas localidades. Conforme aponta o estudo do Trata Brasil intitulado "Benefícios Econômicos e Sociais com a Expansão do Saneamento no Brasil", estima-se que os ganhos econômicos do turismo no Brasil, a partir da universalização do saneamento no período de 2021 a 2040, poderiam alcançar em R$ 80 bilhões por ano. Nos primeiros 192 dias de 2024, mais de 1 milhão de piscinas de esgoto foram despejadas na natureza, e esse número tende a aumentar até o final do ano. Para mudar essa realidade, é crucial priorizar o saneamento básico na agenda pública e aumentar os investimentos no setor. A universalização dos serviços básicos pode melhorar significativamente a saúde da população, promovendo bem-estar e qualidade de vida, além de estimular o desenvolvimento socioeconômico do país e proteger o meio ambiente.

 

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