Carga viral do novo coronavírus aumenta
O Boletim de Acompanhamento n°11/2022 da Rede Monitoramento COVID Esgotos identificou cargas recordes do novo coronavírus nos esgotos de Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza e Recife no mês de janeiro (semana epidemiológica 4 de 2022). No Rio de Janeiro e em Brasília, as cargas virais continuaram em alta, com a capital federal sendo a segunda maior carga do novo coronavírus do histórico de monitoramento de seu esgoto, iniciado em março de 2021.
Em Belo Horizonte, a Rede Monitoramento COVID Esgotos constatou aumento na carga do novo coronavírus nos esgotos nas primeiras semanas epidemiológicas de 2022. Especificamente na semana 3 (16 a 22 de janeiro), a capital mineira registrou a maior carga desde o início do monitoramento em abril de 2020: 622,1 bilhões de cópias do vírus por dia para cada 10 mil habitantes, o que supera os 326,6 bilhões de cópias da semana 12 de 2021 (21 a 27 de março). Já na semana epidemiológica 4 (23 a 29 de janeiro) deste ano, a carga caiu para 164,7 bilhões de cópias por dia para cada 10 mil habitantes, sendo que ainda segue em patamar elevado. Apesar da queda, as concentrações do novo coronavírus permanecem elevadas (acima de 25 mil cópias por litro das amostras).
Já Brasília registrou a segunda maior carga do novo coronavírus em seus esgotos desde o início do acompanhamento da Rede Monitoramento COVID Esgotos: 3,81 trilhões de cópias do vírus por dia para cada 10 mil habitantes. Essa carga considera a soma das cargas das oito estações de tratamento de esgotos (ETEs), que, juntas, atendem a cerca de 80% da população do Distrito Federal, e só foi menor que a registrada na semana epidemiológica 15 (de 11 a 17 de abril de 2021): 5,22 trilhões de cópias.
Desde a última semana de 2021, a carga viral no Distrito Federal tem aumentado progressivamente nos esgotos, saltando de 226,8 bilhões para 3,81 trilhões de cópias do vírus por dia para cada 10 mil habitantes.
Desde a penúltima semana de 2021 até a semana epidemiológica 3 de 2022 (de 16 a 22 de janeiro), a carga do novo coronavírus (SARS-CoV-2) nos esgotos de Curitiba cresceu progressivamente até o maior valor já registrado, desde o início do monitoramento em março de 2021: 967,3 bilhões de cópias por dia para cada 10 mil habitantes. Na semana 4 (23 a 29 de janeiro) a carga observada foi menor, 461 bilhões de cópias, mas ainda segue elevada na capital paranaense.
Em Fortaleza, houve aumento acentuado das cargas do novo coronavírus em seus esgotos entre as semanas epidemiológicas 1 (2 a 8 de janeiro) e 3 (16 a 22 de janeiro) de 2022, sendo que nesta última atingiu a maior carga desde o início do monitoramento em junho de 2021: 2,969 trilhões de cópias do vírus por dia para cada 10 mil pessoas. Já na semana epidemiológica 4 (23 a 29 de janeiro), houve uma queda expressiva da carga total para 496,3 bilhões de cópias, o que pode sugerir que o último surto está em declínio na capital cearense. Entre as semanas epidemiológicas 1 e 4, a Rede Monitoramento COVID Esgotos observou elevadas concentrações virais (acima de 25 cópias por litro das amostras) em todos os pontos monitorados em Fortaleza.
Entre as semanas epidemiológicas 1 (de 2 a 8 de janeiro) e 3 (16 a 22 de janeiro), a Rede Monitoramento COVID Esgotos registrou em Recife uma elevação progressiva das cargas virais, chegando nesta última semana à maior carga já registrada desde o início do monitoramento em maio de 2021: 80,8 bilhões de cópias do novo coronavírus por dia para cada 10 mil pessoas. Já na semana 4 (23 a 29 de janeiro) a carga caiu para 64,7 bilhões de cópias, segundo maior valor do histórico da capital pernambucana. Ainda no período entre as semanas epidemiológicas 1 e 4 de 2022, Recife saiu de uma predominância de pontos de monitoramento com baixa concentração viral (1 a 4 mil cópias por litro das amostras) para uma maioria de pontos com moderada concentração (4 mil a 25 mil cópias por litro).
No Rio de Janeiro, as semanas epidemiológicas 1 (de 2 a 8 de janeiro) a 4 (23 a 29 de janeiro), constatou tendência da retomada do crescimento da carga do novo coronavírus nos esgotos da cidade. Nesse período a maior carga foi registrada na semana 4, totalizando 1,05 trilhão de cópias do vírus por dia para cada 10 mil habitantes, enquanto a menor carga foi observada na semana 1, num total de 524,4 bilhões de cópias.