Desconhecimento pode aumentar contaminações via esgoto

13/05/2024
A relação entre as mudanças climáticas e as enchentes é visível quando bairros periféricos de grandes centros urbanos são afetados.

Luiz Fazio, presidente da ONG Biosaneamento, alerta que as fortes chuvas que assolam o Rio Grande do Sul apontam para dois pontos: as mudanças climáticas e a falta de saneamento básico. Há cerca de uma semana, 364 municípios gaúchos registraram as consequências disso, com casas e ruas alagadas e repletas de lixo. “Quem não entra em contato com a água, pode achar que está limpa, tratada, mas não está. Quem conhece sabe que tem fezes, cheiro ruim, doença e representa um perigo para a saúde, podendo inclusive aumentar o número de atendimento nos hospitais públicos”, afirma. 

A relação entre as mudanças climáticas e as enchentes é visível quando bairros periféricos de grandes centros urbanos são afetados. Para a ONG Biosaneamento, o aumento das temperaturas provocado pelo aquecimento global, com aumento de emissão de gás carbônico, por exemplo, contribui para que enchentes em larga escala ocorram diversas vezes. Ações humanas, atrelado à falta de políticas públicas nestas áreas, impactam a saúde e as estruturas dos estados e municípios. “O aumento das enchentes em número e gravidade traz ainda mais urgência para universalização do saneamento básico”, afirma Fazio.

Uma das soluções para mitigar problemas de enchentes causados por mudanças climáticas é acelerar as medidas de saneamento básico, em especial, nas áreas periféricas de grandes centros urbanos. Mais de 33 milhões de brasileiros vivem sem água tratada e 93 milhões não têm acesso à coleta de esgoto. Os dados mais recentes foram divulgados pelo Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (SNIS). A ONG Biosaneamento trabalha para universalizar o saneamento básico em mais de 13 comunidades e seis mil pessoas já foram impactadas com projetos e parcerias. “Embora o novo Marco tenha estabelecido metas para a universalização, ainda estamos engatinhando nas ações efetivas para que ela aconteça. Nosso papel é catalisar e apoiar esse movimento”, salienta Luiz Fazio, Presidente da ONG Biosanemaento.