Investimentos em saneamento impulsionam produção em 2023
A Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor) divulgou que a produção de cloro somou 1.052 mil toneladas em 2023, o que corresponde a um aumento de 3,5% em relação ao volume produzido em 2022. A maior parte, equivalente a 955 mil toneladas, foi absorvida para o consumo cativo (quando o cloro é utilizado pelo próprio setor para a produção de outros químicos) direcionado à produção de dicloreatano (DCE), ácido clorídrico e hipoclorito de sódio, o que aponta um crescimento de 3,3% no comparativo com o ano anterior. No entanto, a utilização da capacidade instalada continua baixa, em torno de 73%.
Já a produção de soda cáustica atingiu 1.155 mil toneladas no último ano, um incremento de 3,9% na comparação com 2022. As vendas nacionais de soda cáustica registraram alta de 10,5% na comparação entre o acumulado anual de 2022 e 2023. A produção de ácido clorídrico somou 275 mil toneladas em 2023, das quais 92,9% foi comercializado para o setor de alimentos, papel e celulose e metalúrgicas, entre outros, enquanto a produção de hipoclorito de sódio atingiu 76 mil toneladas no último ano.
Segundo Milton Rego, presidente-executivo da Abiclor, o baixo crescimento da indústria é reflexo do grande aumento da competição de produtos importados. “Isto tem feito com que o setor perca cada vez mais espaço no mercado interno. Como as empresas associadas à Abiclor produzem matéria-prima para mais da metade dos produtos finais da indústria química, quando esta perde participação – e, portanto, diminui a produção – afeta a demanda desses produtos”. O aumento das importações brasileiras tem origem principalmente na China, que está se beneficiando da compra do gás russo que está sobrando por conta das interrupção das compras da Europa”, diz Rego.
Para o executivo, o gás, para a indústria química, tem dupla função : fonte energética e a molécula, como matéria-prima. “Por outro lado, existe uma tendência de crescimento da demanda dos produtos do setor: os investimentos em tratamento de água e esgoto, devido ao Novo Marco do Saneamento. Esses são fatores importantes para o aumento da demanda de químicos para tratamento de água e esgoto e de tubulações de PVC”, diz o executivo.