A marca canadense-brasileira Core Case acaba de lançar um marco de sondagem feito a partir de resíduos de lixo. O marco de sondagem é uma peça fundamental para o processo de investigação do subsolo no setor da mineração. Ele demarca e fornece informação do local exato onde é realizada a perfuração do solo para a sondagem, método que é empregado para a obtenção de amostras de solo e rocha em profundidade.
O produto é fabricado com materiais que foram recolhidos em praias do Sul do país ao longo do ano. A coleta tem sido realizada por meio do projeto We Nature, iniciativa viabilizada pela marca em parceria com a ONG Eco Local Brasil, há cerca de dois anos. Segundo Daniel Bortowski Carvalho, geólogo e também diretor da marca responsável pelo lançamento do produto, o marco de sondagem convencional é feito de concreto. “Há 11 anos desenvolvemos cases para a mineração feitos a partir de plástico reciclado, itens que foram muito bem aceitos no mercado. Com o projeto de limpeza das praias, no início de 2020, observamos que também poderíamos dar novos destinos aos resíduos recolhidos. A partir daí iniciou a criação de uma nova linha de produtos para atender este mercado que está aberto às alternativas mais sustentáveis”, conta.
Após passar pelo processo de compressão, a matéria-prima criada a partir do lixo adquire as propriedades necessárias para desempenhar a função com a mesma qualidade do produto padrão. O marco de sondagem feito de resíduos chegou ao mercado brasileiro no início de 2022 e seu desenvolvimento levou um ano. Em junho deste ano a peça deve ser apresentada ao mercado internacional. A marca vai expor o produto na PDCA - Prospectors & Developers Association of Canada, considerada a feira mais importante do mundo no setor de pesquisa mineral.
Além da produção dos cases e do marco de sondagem sustentáveis, a Core Case também lançou outros itens úteis para uso em praças de sondagem, tais como lixeira, mesa e banqueta. “Outra peça que já está no mercado são os vasos para plantas, também feitos a partir de resíduos. No ano passado, a ação de limpeza das praias e encostas resultou numa coleta de 43 toneladas de lixo”, observa Eduardo do Rosário, gerente da marca.