O Governo federal divulgou, no final de maio, que os estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná estão sob alerta máximo de emergência por causa da escassez de chuvas e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu no dia 29 de junho que haverá aumento de 52% de taxa extra na conta de luz, passando para R$ 9,49 por 100 kWh.
Autoridades têm debatido cada vez mais a possibilidade de enfrentar, num futuro não tão distante, racionamento de água e de energia (apagões). As consequências de ambas as possibilidades são consideradas desastrosas, com destaque para o aumento de óbitos nos hospitais devido à interrupção do funcionamento de aparelhos; paralisação da produção industrial – e falta de produtos; deficiência nos processos de comunicação em geral – sem internet e telefonia; e a impossibilidade de as pessoas pagarem suas contas e tributos.
Neste momento, o brasileiro tem visto aumento na conta de energia, principalmente porque as usinas termelétricas, que usam gás e óleo, estão sendo acionadas.
O sócio e proprietário da Entec Solar, empresa especializada no ramo, Tiago Sarneski, diz que uma opção de energia mais limpa e que gere economia para o consumidor é a solar fotovoltaica. “No final de maio, a energia solar atingiu a marca de nove mil megawatts de potência instalada”. Segundo recente mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o estado de Minas Gerais está em primeiro lugar no ranking de geração distribuída, com 9.154 usinas geradoras; 938,1 MW em operação nas residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos, respondendo sozinho por 18,1% de todo o parque brasileiro de energia fotovoltaica. A “medalha de prata” vai para o Rio Grande do Sul – onde mais cresce a procura pela geração distribuída –, que tem, hoje, 82.619,22 kW instalados, superando, inclusive, o estado de São Paulo, que ocupa a terceira posição da lista, seguido pelos estados do Paraná, Santa Catarina, Ceará, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Goiás e Pernambuco. “E os motivos para comemorar não param por aí: atingindo a marca de nove mil megawatts, a energia do astro rei está superior hoje a toda soma da capacidade de termelétricas a carvão e, até mesmo, das usinas nucleares, que representam 5,6 GW”, enaltece Sarneski.
De acordo com a ABSOLAR, desde 2012 a fonte trouxe mais de R$ 46 bilhões em novos investimentos e gerou mais de 270 mil empregos. Para o especialista da Entec Solar, o momento é oportuno para tratar do assunto, por várias razões: a primeira delas é o risco de apagão, seguida pela economia de dinheiro no bolso do brasileiro. “Depois, porque está para ser analisado no Congresso Nacional o Projeto de Lei nº 5.829, de 2019, que instituirá o marco legal de energia fotovoltaica no país, democratizando o acesso à energia solar.”