Lideranças da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) apresentaram, dia 28 de junho, ao Ministério de Minas de Energia (MME) propostas para o enfrentamento da crise hídrica que tem preocupado o setor elétrico nacional e provocado a elevação das contas de luz da população e dos setores produtivos do País.
Entre as medidas apresentados ao ministro do MME, Bento Albuquerque, estão ações para os segmentos de mercado de geração própria de energia solar, em telhados de edifícios e pequenos terrenos (geração distribuída) e de grandes usinas solares (geração centralizada). Na geração distribuída, a ABSOLAR propõe um incentivo do Governo Federal à geração de energia solar feita por investimentos diretos dos próprios consumidores, em residências, comércios, indústrias e propriedades rurais. Segundo a associação, isto poderá ampliar, em poucos meses, a capacidade instalada do segmento, que hoje já possui o equivalente a 40% da potência instalada da usina hidrelétrica de Itaipu em operação no Brasil.
Outra proposta é uma atuação mais presente do Governo Federal junto às distribuidoras de energia elétrica, para destravar novos projetos de energia solar em telhados e pequenos terrenos, hoje aguardando retorno das distribuidoras para obter conexão. Em Minas Gerais, por exemplo, há atualmente cerca de 500 MW à espera da liberação das concessionárias.
No caso das usinas de grande porte, a entidade recomenda a realização de novos leilões de energia com participação da fonte solar, já que os projetos são de rápida implementação (um ano e meio, em média) e possuem preços-médios mais competitivos entre as fontes renováveis, colaborando para a redução na conta de luz dos brasileiros. “O setor solar fotovoltaico está pronto para ajudar na superação dos desafios trazidos pela atual crise hídrica, ainda mais dada a perspectiva de crescimento econômico do Brasil nos próximos anos. O País precisará de energia elétrica limpa e barata para se manter competitivo”, destaca o presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, Ronaldo Koloszuk. O CEO da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, explica que tanto as grandes usinas quanto os pequenos sistemas em telhados contribuem para aliviar a pressão sobre os reservatórios das hidrelétricas e diminuir o acionamento de termelétricas fósseis, mais caras e poluentes. “Isso ajuda a reduzir a demanda por eletricidade no País, especialmente nos horários de pico de consumo do sistema, entre 11h e 18h”.