SANOR investe R$ 34 milhões e já eleva remoção de DBO em ETE

23/10/2022
A empresa também criou 35 empregos diretos, dos quais 32 em Orlândia e 180 indiretos.

A Saneamento de Orlândia (SANOR) já investiu R$ 34 milhões dos R$ 43 milhões previstos inicialmente para o primeiro ano de atuação no município. Em uma primeira fase, a companhia está com o foco na adequação e modernização do sistema de abastecimento da cidade para melhorar a qualidade e as condições do serviço prestado à população. O contrato de concessão prevê a universalização dos serviços de saneamento nos seis primeiros anos de atuação da SANOR. 

Segundo a empresa um dos maiores desafios é o combate à perda de água, por ser uma obrigação contratual e fiscalizada pela Municipalidade e pela Agência que regula a prestação dos serviços, a (ARES-PCJ). A atividade é uma ação socioambiental importante, que contribui na exploração dos mananciais de forma racional e na redução de gastos de produtos químicos e de energia elétrica, resultando em um sistema mais eficiente e sustentável. 

Especialistas da SANOR estudaram e identificaram, inclusive, os principais fatores que provocam as constantes falta de água na cidade, além de elaborar um inventário de todos os equipamentos e ativos do Departamento de Água e Esgoto (DAE), perícia técnica de todo o sistema, georreferenciamento da rede de água e esgoto, aferição de vazão dos poços, início do recadastramento comercial e projetos estruturais visando a recuperação emergencial da Estação de Tratamento de Água (ETA) e de cinco principais reservatórios. 

O levantamento contribuiu na definição do plano de ação dos primeiros 180 dias, incluindo quais as medidas emergenciais deveriam ser tomadas para aumentar a oferta de água nos meses mais quentes e secos do ano, entre agosto a outubro.

A SANOR realizou manutenção em todos os equipamentos e efetuou aquisições de outros necessários para o dia a dia da operação, destacando um novo e completo laboratório de análises físico-químicas, veículos elétricos para suporte operacional, equipamentos importados da Alemanha para detecção de vazamentos, conjuntos motobomba reserva para os poços Morada do Sol 1, Morada do Sol 2, P1, P4, P5, P7 e P3 (Poço da Gruta) e equipamentos de trabalho de médio porte, como marteletes, compactadores de valas e rompedores, entre outros. Só em equipamentos, a SANOR investiu mais de R$ 800 mil. “Aumentamos o número dessas equipes, antes uma, para quatro. Com o aumento no efetivo, conseguimos agilizar as ações desse serviço à população”, afirma Guilherme Dias, diretor-presidente da SANOR.

A empresa também criou 35 empregos diretos, dos quais 32 em Orlândia e 180 indiretos. A capacitação contínua dos colaboradores faz parte do planejamento estratégico e diversos treinamentos já foram realizados, como a Qualificação de Operadores de Estação de Tratamento de Água (ETA); Análise físico-química da água; Dosagem de produtos químicos para tratamento de água; Localização e eliminação de vazamentos não visíveis determinando direcionamento de redes e ramais perdidos com novas técnicas e métodos; Localização de ligações irregulares; Curso de instalador hidráulico (certificado pelo Senai) e Curso de introdução ao planejamento financeiro de concessões, entre outros.

Entre as ações já realizadas pela SANOR em quatro meses de atuação, estão a remoção de mais de 62% de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). “A DBO é um parâmetro para verificar a eficiência na decomposição de matéria orgânica, pois, se ela estiver elevada, quer dizer que a matéria orgânica está sendo consumida. Quanto mais removemos a DBO, mais pura estamos deixando a água, então isso tem a ver com consciência ambiental e melhor qualidade de vida à nossa cidade”, diz o diretor-presidente da SANOR. A meta prevista era eliminar 60% da DBO a partir do terceiro ano – índice já atingido no primeiro mês de operação – e chegar a 85% a partir do 7º ano. Na Estação de Tratamento de Água (ETA), construída na década de 1950, a SONAR realizou ensaios e análises para verificar sua capacidade e eficiência. “Precisávamos confirmar se ela estava operando de acordo com a Portaria 888/21, do Ministério da Saúde, que diz respeito à potabilidade da água”, comenta Guilherme. Outra antecipação dos investimentos será o início e operação da nova ETA, com captação subterrânea. Também foram feitas correções na dosagem de produtos químicos e no fluxo de tratamento, incrementando a capacidade de tratamento de água da ETA em mais de meio milhão de litros de água por dia.

A SANOR implantou o monitoramento e vigilância em circuito fechado de TV de todas as áreas operacionais e iniciou a automação de 100% do sistema de abastecimento da cidade. Todos funcionarão de forma 100% autônoma, monitorados por meio de um Centro de Controle Operacional (CCO) com adoção de tecnologia de ponta SIGA (Sistema Integrado de Gestão de Abastecimento).

A SANOR implantará ainda dispositivos de manutenção preventiva nos equipamentos eletromecânicos que emitem dados como vibrações, temperatura dos equipamentos e desperdícios de energia, entre outras. Os dados, analisados por inteligência artificial, permitem prever quebras e antecipar problemas, reduzindo assim as interrupções no abastecimento para manutenções corretivas, que são mais caras e demoradas do que as preventivas. Ainda no que diz respeito à manutenção preventiva, tem sido feitas reformas de máquinas e equipamentos e adequação das bombas às suas reais capacidades.

A SANOR trabalha para reduzir as perdas e ligações irregulares, tanto de água, como de esgoto e vai intensificar a fiscalização de irregularidades. Para isso, além de ter mais equipes nas ruas, fará uso de tecnologias de ponta como drones e microcâmeras que possibilitam identificar anomalias como ligações irregulares de água e esgoto e os desvios, popularmente conhecidos como “gatos”. O furto de água é um dos maiores vilões no abastecimento e, além de ser crime previsto no Código Penal, diminui a capacidade de distribuição, tira pressão da Rede, provoca paradas na distribuição e contamina a rede de distribuição.

Outra área que a SANOR trabalha é na revitalização dos poços para a melhoria da qualidade da água e aumento de sua oferta na cidade. Os serviços de revitalização começaram pela aferição da vazão de todos os poços, em seguida, definidas as prioridades, são feitas a retirada das bombas (algumas instaladas a uma profundidade superior a 400m), filmagens para verificação e diagnóstico da integridade de toda a sua estrutura, limpeza, manutenção e instalação das novas bombas. As antigas são encaminhadas para recuperação ou substituição e ficam como reserva para o caso de quebras das bombas “titulares”. Dois poços do bairro Morada do Sol tiveram melhoria do sistema com a resolução de problemas estruturais e, agora, operam com 120 mil litros de água por dia. O diretor ressalta que, graças aos equipamentos de detecção de vazamentos adquiridos, foi possível encontrar um registro aberto que desaguava diretamente na rede de drenagem pluvial desde a construção do Morada do Sol.