Brasil terá 65% de águas nos reservatórios em época mais seca de 2023

04/07/2023
O estudo mostra que o cenário é favorável, já que o nível é maior que 50%.

Segundo a consultoria do setor elétrico Thymos Energia, o Sistema Interligado Nacional (SIN) deverá ter armazenamento médio de 65% de água nos reservatórios das hidrelétricas no final de novembro, quando acaba o período mais seco do ano. O estudo mostra que o cenário é bem favorável, já que o Brasil enfrentará os meses mais críticos de estiagem com mais de 50% de níveis médios do ponto de vista do abastecimento, quando comparado com alguns anos atrás. 

“Em 2021 presenciamos a pior crise hídrica dos últimos 90 anos no país. Já para 2023, as estimativas são muito boas. Além de chuvas abundantes, a estagnação no consumo de energia também ajudará a manter os reservatórios cheios”, diz Mayra Guimarães, Head de Preços e Estudos de Mercado da Thymos Energia. A previsão meteorológica reforça o contexto de abundância hídrica para o próximo período. A Nottus Meteorologia, empresa de inteligência de dados e consultoria meteorológica para negócios, prevê um inverno mais úmido em relação a 2022 e à média histórica. "O fato de não estarmos mais sob influência do La Niña contribui para um aumento da umidade no Centro-Sul do Brasil nos meses mais secos. Além disso, os sistemas preditivos já apontam grande possibilidade de formação do El Niño no segundo trimestre, o que pode antecipar as chuvas da primavera e favorecer a geração hidrelétrica", avalia Alexandre Nascimento, meteorologista e sócio-diretor da Nottus. 

A boa quantidade de água nos reservatórios das hidrelétricas evitará que o Operador Nacional do Sistema (ONS) utilize o suporte de usinas movidas a combustíveis fósseis para atender a demanda do País. “Esses níveis de abastecimento ajudarão também a manter os preços de energia do mercado de curto prazo, o Preço da Liquidação das Diferenças (PLD), no patamar mínimo estabelecido pela Aneel durante todo o ano”, projeta Mayra Guimarães.