Copasa age no Rio das Velhas para garantir abastecimento

26/09/2024
O acesso para o reabastecimento foi viabilizado após uma solicitação à AngloGold Ashanti, proprietária da área onde estão as reservas hídricas

A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) solicitou a ativação de um trabalho de manobra para reabastecer a bacia do rio das Velhas com o objetivo de garantir o abastecimento de água da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A iniciativa ocorre nas lagoas do Miguelão, das Codornas e dos Ingleses, na região metropolitana da capital mineira, e teve início na segunda quinzena de agosto em um trabalho em conjunto com o Grupo de Controle de Vazão do Alto Rio das Velhas (Convazão).

O acesso para o reabastecimento foi viabilizado após uma solicitação à AngloGold Ashanti, proprietária da área onde estão as reservas hídricas. Durante a manobra, haverá o desague das lagoas nos dois córregos que alimentam o rio do Peixe, afluente do rio das Velhas, localizado entre os municípios de Nova Lima, Itabirito e Rio Acima. “A utilização da água das lagoas permitirá um maior aumento da vazão da bacia do rio das Velhas até o fim do período de estiagem”, afirmou o superintendente da Unidade de Negócio Metropolitana da Copasa, Ronaldo Serpa. Para o superintendente, a Copasa segue apoiando o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e o Comitê do Rio das Velhas a partir do monitoramento sistemático e ininterrupto do nível do rio.

A gerente de Macrooperação de Água da Região Metropolitana de Belo Horizonte, Núbia Nolli, acredita que a operação não causará nenhum impacto quanto ao abastecimento da população. “Hoje, o Sistema Paraopeba, que integra o Sistema Rio das Velhas e reúne as represas Rio Manso, em Brumadinho, Serra Azul, em Juatuba, e Várzea das Flores, entre Contagem e Betim, guarda 62% do respectivo volume útil. O volume atual já seria suficiente para garantir o abastecimento na região metropolitana, atendida por esse sistema. Em razão disso, a medida é tratada como uma das ações da Copasa para combater eventuais desabastecimentos”.

Para a Copasa, as ações aumentaram após uma grande onda de calor que afetou o sistema hídrico mineiro em novembro de 2023, que incluiu a bacia do rio das Velhas. Desde então, a companhia segue com um plano de manobras no sistema integrado. O projeto de reabastecimento consiste na operação de fontes de produção complementares e, durante a implantação, será realizada a instalação e substituição de ventosas, além da inserção de equipamentos para eliminação do ar nas redes de água, redimensionamento de bombas, ativação de reservatórios, entre outros processos técnicos. Além disso, a Copasa irá utilizar fontes alternativas de captação através da reativação de poços em municípios mais distantes da RMBH. A estratégia teria incrementado a capacidade de produção de água em locais na ponta do sistema.

Devido às ondas de calor mais frequentes, a Copasa analisa a construção de um novo reservatório de água na bacia do rio das Velhas para um maior armazenamento de água na fase mais chuvosa, para que a água não seja escassa em possíveis estiagens. “A estrutura está em fase de estudos e ainda não há previsão para início das obras”, disse Sérgio Neves Pacheco, gestor de empreendimentos de grande porte da Copasa. A companhia também reforça a importância de repensar os hábitos de consumo de água e combater ligações clandestinas.