Quilombolas rurais enfrentam exclusão no saneamento básico
Dados recentes do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam uma
alarmante exclusão da população quilombola em áreas rurais no
que diz respeito ao acesso ao saneamento básico. Segundo o
levantamento, 94,6% dos quilombolas residentes nessas regiões
enfrentam algum tipo de precariedade nos serviços de água, esgoto
ou coleta de lixo. Em comparação, apenas 3% da população
brasileira como um todo vive sob condições semelhantes,
evidenciando uma disparidade significativa.
A pesquisa destaca que apenas 28,5% dos moradores de territórios
quilombolas rurais têm acesso à rede geral de abastecimento de
água. A maioria depende de fontes alternativas, como poços, fontes
naturais ou até mesmo carros-pipa. Além disso, 83,3% utilizam
fossas rudimentares, buracos ou não possuem nenhum tipo de
escoamento para o esgoto. A coleta de lixo também é deficiente:
em áreas urbanas com presença quilombola, 14,3% da população
não conta com nenhum tipo de coleta, proporção dez vezes
superior à registrada na população urbana em geral (1,4%).
Essas condições precárias de saneamento têm implicações diretas
na saúde e na qualidade de vida das comunidades quilombolas. A
falta de acesso a serviços básicos contribui para a propagação de
doenças e limita o desenvolvimento socioeconômico dessas
populações. Os dados do IBGE ressaltam a necessidade urgente
de políticas públicas voltadas para a inclusão e melhoria das
condições de vida nos territórios quilombolas, garantindo o direito
ao saneamento básico e promovendo a equidade social.