Tractebel inicia auditoria ambiental para obras de ETEs do Integra Tietê
Empresa de consultoria em engenharia e meio ambiente, a Tractebel iniciou auditoria ambiental das obras de canalização e transporte de esgoto para as Estações de Tratamento (ETEs) da Grande São Paulo. O projeto faz parte da nova fase do programa Integra Tietê, iniciativa que visa acelerar a despoluição do principal rio paulista, assegurando rigor técnico e conformidade com a legislação ambiental em cada etapa das obras. “Iniciamos o trabalho de auditoria em abril passado, e nosso foco está em garantir que os procedimentos de proteção ambiental e as exigências legais estão sendo cumpridos rigorosamente em cada frente de trabalho. Analisamos desde o correto manejo de resíduos e efluentes de obra, até o controle de ruídos, emissão de poeira, proteção de cursos d’água próximos, destinação da terra proveniente das escavações e cumprimento das condicionantes definidas no licenciamento ambiental do projeto”, explica Bernardo Carbonari, auditor líder do projeto e Desenvolvedor de Negócios da Tractebel Brasil, Chile e Canadá.
Para tornar a fiscalização mais ágil e eficaz, a Tractebel aplicou a solução digital própria, chamada EasyCheck, uma ferramenta que permite auditorias de campo com checklists digitais desenvolvidas com base nas décadas de experiência da empresa, registrando dados estruturados com fotos, vídeos, áudios e localização. As informações são sincronizadas automaticamente quando há conexão com Internet, alimentando uma base central que facilita o controle e a correção de não-conformidades. “Isso se traduz em mais controle e agilidade nas ações corretivas, além de um banco de dados consolidado sobre o desempenho ambiental das obras. O fluxo para tratamento de desvios também é todo realizado na plataforma, garantindo transparência e rastreabilidade”, explica Carbonari.
O programa Integra Tietê lançado em março de 2023, tem como objetivo despoluir o rio com investimentos em coleta e tratamento de esgoto, além da expansão das redes e estações de tratamento. Hoje, o projeto é considerado a maior iniciativa de saneamento ambiental do Brasil, e tem a meta de conectar 1,5 milhão de imóveis ao sistema de esgoto entre a nascente, em Salesópolis, e a confluência com o Rio Pinheiros. Essa conexão visa mitigar totalmente o despejo de dejetos in natura no rio, contribuindo de forma decisiva para sua revitalização. Desde o lançamento do programa, em março de 2023, até julho de 2024, 265 mil ligações domiciliares já foram implantadas, beneficiando mais de 800 mil pessoas.
O plano inclui a ampliação e modernização de estações de tratamento de esgoto existentes, como a ETE Parque Novo Mundo, que é uma das maiores da América Latina, além da construção de novas plantas. Essas medidas vão quase dobrar a capacidade de tratamento de esgoto na região metropolitana, de 24 m³/s para 40 m³/s nos próximos anos, garantindo que todo o esgoto coletado receba tratamento adequado antes de ser devolvido ao ambiente. Em maio de 2025, a Sabesp deu início a 12 grandes obras na região do Alto Tietê, abrangendo cinco cidades – Arujá, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Poá e Suzano – e um investimento da ordem de R$ 2 bilhões. Essas intervenções levarão rede coletora e estações de tratamento de esgoto a mais de 300 mil habitantes, o que inclui a instalação de cerca de 400 km de tubulações subterrâneas, além de aproximadamente 100 estações elevatórias de bombeamento para transportar o esgoto até as ETEs regionais.
Em paralelo, na capital e demais cidades da Grande São Paulo, outros 42 conjuntos de obras lineares estão em execução, incluindo novas redes coletoras, troncos interceptores e ampliações de seis estações de tratamento existentes. A conclusão dessas obras está prevista para setembro de 2027. O principal resultado esperado desse programa é a drástica redução da carga orgânica lançada no rio. Atualmente, toda a fração de esgoto não coletado – somando milhares de litros por segundo – contribui para a poluição do Tietê. Com as novas redes e estações, esse esgoto passará a ser interceptado e devidamente tratado, retirando do rio um volume impressionante de matéria orgânica que hoje consome oxigênio e degrada a qualidade da água. Estima-se que, ao término do programa, cerca de 16 m³/s adicionais de esgoto estarão sendo tratados em vez de despejados, o que equivale a aproximadamente 1,4 bilhão de litros por dia de carga poluente a menos no Tietê.