Águas do Rio capta R$ 5,5 bilhões com debêntures

12/08/2023
A procura pelas debêntures para esta emissão superou R$ 9,6 bilhões, valor 1,7 vezes superior à oferta

A Águas do Rio realizou a maior oferta de debêntures de infraestrutura no valor de R$ 5,54 bilhões em duas séries. A primeira tem prazo de vencimento de dez anos e seis meses e a segunda possui prazo de 18 anos e meio de vencimento. A procura pelas debêntures para esta emissão superou R$ 9,6 bilhões, valor 1,7 vezes superior à oferta, sendo que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) subscreveu R$ 1,9 bilhão das debêntures emitidas. A emissão, na maior oferta de debêntures incentivadas de infraestrutura da história do mercado brasileiro recebeu o selo de debênture sustentável, atribuído a projetos que geram impactos sociais e ambientais positivos. A oferta foi coordenada pelo Banco em conjunto com Itaú BBA (coordenador líder), XP, BTG, ABC, JP Morgan e Bradesco. 

A oferta junto com outras fontes de financiamento de longo prazo e com os aportes dos acionistas assegura os mais de R$ 24 bilhões em investimentos a serem realizados ao longo dos próximos 35 anos pela Águas do Rio. Em uma estrutura de Project Finance inédita no setor de saneamento, os recursos obtidos por meio da emissão, que contou com selo azul e sustentável, se complementam ao financiamento de longo prazo firmado com o BNDES em dezembro do último ano, no montante total de até R$ 19,3 bilhões e com linhas de financiamentos de longo prazo já contratadas com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, Proparco e Saneamento para Todos, totalizando R$ 25,5 bilhões. “A forte demanda pelo papel reforça a confiança do mercado na capacidade operacional e de entrega da Aegea. A operação marca o início do maior ciclo de investimentos em saneamento no Brasil por uma empresa privada”, afirma André Pires, CFO da Aegea. 

Segundo Pires, o BNDES coordenou a oferta com papel relevante na alocação da debênture, além de exercer um papel fundamental em toda a estruturação da concessão e do financiamento, contribuindo de forma significativa para a universalização dos serviços de saneamento na área de concessão da Águas do Rio. “A estruturação deste financiamento, que conta majoritariamente com garantias reais do projeto, é alinhada à estratégia de crescimento da Aegea e da Águas do Rio, respaldada pela disciplina financeira, eficiência operacional e cumprimento de metas. O volume de participação de pessoas físicas na oferta também reforça a crença da população na capacidade da Aegea em reverter o déficit de saneamento no país”, destaca o executivo.

A Águas do Rio pretende universalizar os serviços de saneamento nos 124 bairros da capital e em 26 municípios nos quais passou a atuar para gerar benefícios diretos à sociedade e ao meio ambiente, com um ganho líquido para a população de mais de R$ 37 bilhões, conforme conclusão do estudo divulgado pelo Instituto Trata Brasil. Desde novembro de 2021, quando assumiu a operação, a concessionária já investiu mais de R$ 1,5 bilhão com foco na recuperação de ativos e ampliação do sistema. Neste período, 300 mil pessoas passaram a receber água tratada e encanada pela primeira vez. Praias da Baía de Guanabara, como Flamengo e algumas em Paquetá, apresentam seguidos laudos de balneabilidade, e canais estão sendo recuperados através de ações de fiscalização de despejo irregular e realização de obras pontuais. Além disso, a Lagoa Rodrigo de Freitas apresenta águas límpidas e biólogos registram, seguidamente, a chegada de espécies que haviam deixado de frequentar o ecossistema.

“Este é um setor estratégico para o Banco e para o País, e a participação do BNDES foi fundamental para mostrar aos investidores que se trata de um projeto resiliente, com uma estrutura de garantias robusta, viabilizando a oferta”, ressalta o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. Para Radamés Casseb, CEO da Aegea. a  liderança do BNDES, desenvolvendo e estruturando os projetos, atuando para atração de investimentos e dos projetos de financiamento, tem sido determinante na jornada para a eliminação do déficit sanitário. Esta liderança movimenta um círculo virtuoso, cada vez mais seguro e previsível, que compartilha prosperidade, reduzindo desigualdades, gerando empregos, saúde e qualidade de vida com impacto ambiental”.