BioLogiQ produz plástico com amido
A norte-americana BioLogiQ desenvolve soluções desde 2013 em busca de um futuro mais sustentável. Um dos principais produtos da empresa é o NuPlastiQ, biopolímero produzido com amido de milho, batata ou mandioca, com o objetivo de reduzir a circulação de produtos plásticos fabricados com recursos fósseis. Segundo pesquisa recente da Ipsos, 75% das pessoas querem o fim dos plásticos descartáveis, polímero de origem fóssil produzido a partir de processos petroquímicos.
Apesar da semelhança aos produtos convencionais, a BioLogiQ queria ver como o produto à base de amido reagiria a processos de reciclagem. Para isso, firmou parceria com a GreenPlat, startup brasileira de gerenciamento de resíduos, para realizar o estudo de reciclagem mecânica. “O biopolímero da BioLogiQ, por si só, já é bem mais sustentável que o polímero oriundo do petróleo, pois tem menor pegada de carbono, e vem de recursos renováveis, mas a companhia precisava entender se o produto poderia ser reciclado e como ele impactaria a cadeia de reciclagem”, afirma Raphael Guiguer, COO da GreenPlat.
A reciclabilidade do NuPlastiQ começou a ser estudada pala GreenPlat no fim de 2019 em diversas etapas. Inicialmente, em Manaus, foram produzidas aproximadamente 10 toneladas de filmes plásticos que serviram como matéria-prima base para o estudo. Posteriormente, o material foi enviado para Curitiba, onde foi realizado o primeiro ciclo de reciclagem junto de resíduos pós-consumo (lixo comum). A partir daí foi produzido um novo filme para avaliar um segundo ciclo de reciclagem sobre o mesmo produto para a produção de mais um filme. “Foram feitos diversos ensaios físico-químicos com o produto para entender suas propriedades e como elas se comparam ao polietileno comum por meio de análises laboratoriais, para entender inclusive como esse material se comportaria na cadeia de reciclagem após ‘estresse’ de diversas condições climáticas ou de utilização”, comenta Raphael.
O principal benefício do estudo é garantir aos produtores de produtos plásticos que materiais feitos com NuPlastiQ poderão ser reciclados. “Foi muito importante para a GreenPlat participar dessa análise pois pudemos contribuir com o conhecimento que temos da cadeia de valor e conectar os fornecedores brasileiros ideais para a condução do estudo, contribuindo cientificamente para a reciclagem não só Brasil, mas mundo”, ressalta o executivo.
Restaram oito toneladas de grãos do plástico após a finalização do estudo, sendo que parte do material será doado a empresas que fabricam itens plásticos e o restante será utilizado para a fabricação de composteiras domésticas, que serão doadas para algumas escolas da rede pública de São Paulo. Neste caso, os alunos irão ter aulas de educação ambiental e irão aprender como elas podem fazer a compostagem dos resíduos orgânicos que geram nas refeições, utilizando posteriormente o adubo produzido nas composteiras no jardim ou na horta das próprias escolas.