A Bosch neutralizou 30 mil toneladas de gás carbônico (CO2) entre janeiro e julho de 2021, além de reduzir em 15 GW o consumo de energia elétrica. O resultado é fruto do plano da companhia em ser carbono neutro desde 2020. “Foi o primeiro grande grupo global a fazer esse movimento. É uma das maiores ações ambientais desenvolvidas por uma multinacional”, destacou Hervelly Ferreira, chefe corporativa de Sustentabilidade e EH&S - Regional América Latina da Bosch.
Para 2030, a meta da Bosch é aprimorar ainda mais seus resultados, em especial na área de energia, que responde por 70% das emissões da companhia. Para isso, a empresa contratou uma consultoria a fim de aumentar o uso de energia renovável e diminuir as emissões. Segundo Harvelly, esse segmento precisa estar bem equalizado e, para isso, serão investidos cerca de € 2 bilhões em eficiência energética, energia renovável, em melhoria da infraestrutura e parque de máquinas, entre outros, com uma expectativa de economia de custos da ordem de € 1 bilhão. “O potencial de economia de energia é impactante”, pontuou.
A executiva da Bosch disse ainda que a multinacional trabalhará com seus fornecedores, sua logística, as viagens corporativas e os parceiros de negócios, com o propósito de reduzir em 15% as emissões da cadeia de valor. Outro ponto de atuação continuará a ser no desenvolvimento sustentável do produto para torná-lo ainda mais eficiente no uso, com menor consumo de energia e emissões.
A meta de ser carbono neutro envolveu uma série de ações e o engajamento dos colaboradores da Bosch. São entre 25 e 30 pessoas na América Latina trabalhando nesse segmento, enquanto no mundo, são cinco mil profissionais dedicados às metas de CO2. “Nossa equipe é multidisciplinar, pois há várias frentes de trabalho”, explicou Harvelly. A Bosch adotou lâmpadas LED em substituição às convencionais e conseguiu economia de 50% na conta de energia. Além disso, a empresa implementou controles de iluminação e regulou os níveis de luminosidade de acordo com o local da instalação, a fim de fornecer ergonomia ao colaborador, por meio de uma iluminação correta e adequada.
O sistema de refrigeração foi outra área que recebeu uma nova tecnologia para diminuir o impacto ambiental. A mudança acarretou uma redução de 50,4 toneladas de emissão de CO2 e de 67% do consumo de energia, somados à otimização do ambiente, menos ruído e eliminação do risco de segurança. Conforme explicou Harvelly, esse tipo de investimento apresenta um retorno rápido de cerca de dois anos. Ela ressaltou ainda a importância de se ter a Certificação ISO 50001 em uma das instalações da Bosch na América Latina e em processo de implantação em outras quatro localidades. “Foi uma oportunidade de perceber outras questões dentro da organização e envolver os colaboradores sobre o quanto é fundamental o uso consciente de energia”, disse Harvelly.
A Bosch pretende produzir sua própria energia renovável, por meio da aquisição de energia limpa de concessionárias, com a comprovação de certificados de energia verde, os IRECs, e a compra de créditos de carbono, sendo que dois projetos beneficiados estão em solo brasileiro, um deles no Acre e outro no Mato Grosso.