Cerca de 60% do metal usado no Brasil tem origem na reciclagem
A Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) instituiu o dia 28 de outubro como o Dia Nacional da Reciclagem do Alumínio com o objetivo de reforçar à sociedade a importância para o Brasil do metal e de sua cadeia de reciclagem, considerada referência para o mundo. Atualmente, cerca de 60% do alumínio consumido no País já provém de fontes recicladas, enquanto a média mundial é de cerca de 30%, conforme dados da ABAL. Analisando apenas o desempenho do segmento de latas de alumínio para bebidas, há mais de 15 anos, o índice de reciclagem se mantém acima dos 96%.
Segundo números recém-divulgados pelo International Aluminum Institute (IAI) a demanda global por alumínio reciclado pode até quadruplicar até 2050, atingindo cerca de 80 milhões de toneladas. O estudo relaciona o aumento de demanda com a intensidade do avanço do aquecimento global nas próximas décadas. A reciclagem é aliada neste processo também porque propicia inúmeros benefícios ambientais, como conservação de recursos naturais, redução do volume de resíduo sólido, aumento de vida útil dos aterros e contribuição para a transição energética justa. Além disso, provoca benefícios econômicos e sociais, contribuindo com a renda de mais de 800 mil catadores e catadoras no Brasil. "O papel da reciclagem do alumínio para o País e para a indústria de é extrema importância. Uma das características que tornam o alumínio o material de escolha na transição para uma economia de baixo carbono, consiste justamente na possibilidade do metal ser infinitamente reciclável, sem perder suas características físicas e químicas. A reciclagem do alumínio brasileiro é um benchmark para o mundo”, comenta Janaina Donas, presidente-executiva da ABAL.
O IAI afirma que o alumínio pode ser reciclado infinitamente sem perder suas propriedades. Também segundo a entidade, o alumínio é um dos materiais mais reciclados no planeta, já que 75% de todo o metal já produzido permanece em uso. A reciclagem do alumínio no Brasil cresceu 113 vezes desde 1970 para cerca de 904 mil toneladas de acordo com o levantamento mais recente. Cada tonelada de alumínio reciclado economiza a extração de cerca de cinco toneladas de bauxita e 95% do consumo de energia utilizado na produção primária, além do reaproveitamento de outros elementos de liga, como silício, magnésio, manganês, entre outros;
Além da alta circularidade conferida ao segmento de embalagens, o metal contribui para a fabricação de veículos mais leves e com menor consumo de combustível. O alumínio pode ainda ser aplicado na construção civil e proporcionar ganhos de eficiência energética às edificações verdes. No setor elétrico, o emprego do alumínio facilita a expansão dos sistemas de transmissão, distribuição e geração de energia renovável com menor impacto ambiental. As preocupações com as mudanças climáticas têm mobilizado sociedade, academia, indústrias e governos na revisão dos hábitos de consumo, processos produtivos e na construção de políticas de controle e incentivo à redução dos níveis de emissão de gases de efeito estufa (GEE).