Equipe brasileira na final do Xprize Rainforest

30/07/2023
A Xprize Rainforest tem como objetivo central melhorar a compreensão sobre os ecossistemas de florestas tropicais

Finalista da competição internacional Xprize Rainforest, a equipe Brazilian Team é a única latino-americana a participar da final do concurso. Integrada pela bióloga Simone Dena e o docente Luís Felipe Toledo, ambos do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp, pelo professor Vinícius Castro Souza, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), o time é composto por quase 60 pesquisadores de diversas áreas, em sua maioria do Brasil, principalmente filiados a universidades públicas. Há também a participação de cientistas de outros países, como Colômbia, França, Espanha e Alemanha.

A Xprize Rainforest tem como objetivo central melhorar a compreensão sobre os ecossistemas de florestas tropicais por meio de tecnologias autônomas aplicadas para avaliar a biodiversidade, por meio da integração rápida de dados para fornecer uma nova forma de compreender a floresta. A Xprize é uma organização internacional que promove competições normalmente voltadas para o desenvolvimento de tecnologias inovadoras. Inicialmente, mais de 800 equipes se inscreveram para a competição, que tem cinco anos de duração e está no penúltimo ano. 

Inicialmente houve uma etapa classificatória, seguida de semifinal com 13 equipes que testaram as suas metodologias em campo, entre maio e junho deste ano, em Singapura. Nessa etapa da competição, seis equipes passaram para as finais, que ocorrerão no meio do ano que vem em um país a ser definido. A equipe vencedora terá como objetivo desenvolver o maior painel possível sobre a biodiversidade em um dado trecho de uma floresta tropical, dentro de 24 horas, e utilizar essas informações para produzir, após 48 horas, o maior número possível de novos insights, revelando o potencial da biodiversidade e da floresta em pé. 

As três equipes vencedoras receberão prêmios em dinheiro de US$ 5 milhões, US$ 2 milhões e US$ 500 mil, respectivamente. A equipe Brazilian Team decidiu que qualquer prêmio recebido será integralmente utilizado em pesquisas e medidas de conservação da biodiversidade de florestas, especialmente na Mata Atlântica e na Amazônia. Dentro da equipe há diversos grupos dedicados a pesquisar a biodiversidade de forma integrativa. O Grupo de Bioacústica do IB da Unicamp, que é coordenado por Dena e Toledo, é voltado a identificar e estudar animais com base na emissão de sons por parte deles. Para isso, os pesquisadores estão criando diversas metodologias, sempre em parceria com outros grupos da equipe, que incluem desde a utilização de robôs de solo e de plataformas posicionadas por drones dentro da floresta (plataformas essas desenvolvidas pelo grupo de robótica da USP de São Carlos) até análises autônomas ou semiautônomas de detecção e identificação das espécies por meio de metodologias de machine learning e inteligência artificial. 

A destruição das florestas tropicais úmidas avança mais rapidamente do que a capacidade humana de estudá-las. Por isso é preciso dedicar esforços sinérgicos para melhorar nosso conhecimento sobre a diversidade vegetal e animal dessas florestas em todo o mundo, usando técnicas modernas como espectrografia, DNA ambiental, bioacústica e sensoriamento remoto. As tecnologias desenvolvidas e implementadas pelo Brazilian Team estão sendo cuidadosamente projetadas nesse contexto para uma avaliação rápida e precisa da biodiversidade, especialmente em áreas geográficas remotas ou inacessíveis.