Eventos extremos geram prejuízos de R$ 46 bi entre 2020 e 2023

01/02/2025
A pesquisa apontou também que o faturamento dos setores pode ter uma perda de R$ 127 bilhões, valor próximo ao PIB do estado do Maranhão, além de impactar negativamente o PIB do Brasil em 0,7%.

De acordo com um estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), eventos climáticos extremos como chuvas torrenciais, secas prolongadas e ondas de calor geraram um prejuízo de R$ 4,39 bilhões para Minas Gerais e R$ 45,9 bilhões para o Brasil entre os anos de 2020 e 2023. O levantamento aponta ainda um impacto econômico expressivo em setores como agropecuária (R$ 24,4 bilhões), serviços (R$ 19,3 bilhões) e indústria (R$ 2,2 bilhões), além de danos profundos à infraestrutura, às comunidades e ao mercado de trabalho.

A pesquisa apontou também que o faturamento dos setores pode ter uma perda de R$ 127 bilhões, valor próximo ao PIB do estado do Maranhão, além de impactar negativamente o PIB do Brasil em 0,7%, levar a uma redução nas exportações de até R$ 14,5 bilhões, e perder arrecadação tributária líquida de até R$ 4,9 bilhões. Já o número de empregos afetados pode chegar a 573 mil, o que se aproxima do número de empregos formais totais no estado do Piauí. Consequentemente, poderá implicar em perda da massa salarial de até R$ 14,2 bilhões. “Os prejuízos financeiros decorrentes dos desastres hidrológicos geram efeitos sistêmicos e encadeados entre os setores e os agentes econômicos. É possível mitigar os efeitos das mudanças climáticas por meio de medidas que contenham o avanço do aquecimento global, a exemplo daquelas com a finalidade de redução da emissão de carbono”, diz Flávio Roscoe, presidente da FIEMG.

Entre 2020 e 2023, o estudo da FIEMG mostra ainda que 32 milhões de pessoas foram afetadas, com 2,28 milhões de desabrigados. Nesse período, 564 mil moradias foram afetadas, 174 mil destruídas e 390 mil danificadas, com prejuízo estimado de R$ 17,9 bilhões. Também foram contabilizados danos em estruturas essenciais, como hospitais, escolas e outras instalações de educação, além de obras de infraestrutura, que somaram R$ 16 bilhões em danos financeiros. “Os indivíduos são impactados não apenas em sua saúde, integridade física e, em casos extremos, na própria vida, mas também sofrem perdas significativas em seus patrimônios e suas moradias. Esses danos também interrompem serviços fundamentais, e comprometem o funcionamento normal da comunidade, dificultando a recuperação e o bem-estar da população afetada”, afirma Roscoe. O estudo completo pode ser visto em https://www.fiemg.com.br/wp-content/uploads/2025/01/E202501_01_Impactos-Economicos-Chuvas_VF-2-6.pdf.