Iniciativa realizada pelo Instituto Peabiru e Associação Sarambuí, com patrocínio da Petrobras e apoio do Laboratório de Ecologia de Manguezal (LAMA), da Universidade Federal do Pará (UFPA), o projeto Mangues da Amazônia desenvolveu a ferramenta “Protetores do Mangue”, que permite a experiência lúdica de imersão na realidade desse ecossistema, por meio do celular, mobilizando um novo olhar para temáticas socioambientais que exigem atenção, como o problema do lixo. “O objetivo é levar conhecimento sobre o ecossistema de manguezal e despertar reflexões para os problemas que ele enfrenta”, afirma Raynéia Machado, coordenadora de comunicação do Projeto Mangues da Amazônia.
O projeto é desenvolvido em parceria com a startup Inteceleri, voltada a tecnologias de educação e o estúdio de animação Muirak, ambos paraenses. O “Protetores do Mangue” é um jogo que visa promover o debate com as crianças. A inovação se soma ao conjunto de ações socioambientais do Mangues da Amazônia, incluindo reflorestamento de áreas degradadas, empoderamento social, fortalecimento do manejo sustentável dos recursos naturais e valorização da cultura local, onde se localiza a maior faixa contínua desse ecossistema no mundo, ao longo da costa do Pará e Maranhão.
Após chegar na comunidade do Araí, em Augusto Corrêa (PA), e depois na comunidade do Nanã, em Tracuateua (PA), a novidade rompe as barreiras territoriais e está disponível para download gratuito para celulares com sistema operacional Android, através do Google Play Store. Não há necessidade de wifi para o uso – vantagem que permite replicar o conceito e atingir o público de outras regiões, inclusive professores do Ensino Fundamental, no sentido de incorporar a ferramenta na sala de aula.
Com foco em tecnologias para a educação pública fora das disciplinas básicas, a startup é parceira do Google for Education e participa de projetos em 23 municípios de cinco estados brasileiros, tendo produzido cerca de 25 mil óculos de realidade virtual até o momento. “O trabalho de sensibilização do público infantil nos manguezais amazônicos – uma realidade antes distante – representa uma grande motivação”, aponta o pesquisador Walter Júnior, da UFPA e Inteceleri, também responsável pela tecnologia de gamificação do Protetores do Mangue. “É uma oportunidade de avançar na área de educação ambiental e desenvolver inovações em realidade virtual associadas a um game”, conclui.