Focos de calor aumentam 105% em agosto nos biomas e TI
Segundo o Greenpeace Brasil, o número de focos de calor e de área queimada em todos os biomas e nas Terras Indígenas do território brasileiro somaram 57.528 focos de calor, entre 01 e 28 de agosto de 2024, o que corresponde a um aumento de 105% sobre os 28.056 focos de calor de agosto de 2023. O Greenpeace Brasil vê como alarmante a situação em todos os biomas, mas ressalta a situação no Pantanal, onde o crescimento dos focos de calor entre 2023 e 2024 cresceu 3.509%. No Cerrado, o aumento no mesmo período foi de 133% e também foram verificados crescimentos dos focos de calor na Mata Atlântica (119%) e Amazônia (79%).
Quando o estudo analisa as Terras Indígenas, entre 1º de janeiro e 26 de agosto de 2024, dados de satélite mostram 12.335 focos de calor em 300 Terras Indígenas brasileiras, o que indica que 11% de todos os focos de calor no Brasil este ano ocorreram em Terras Indígenas. A Amazônia registrou o maior número de focos de calor em Terras Indígenas no período analisado, com 3.549 focos, que estão presentes, principalmente, em áreas degradadas e consolidadas como pastagem. Cada foco pode resultar em queimadas ou incêndios, sejam intencionais ou não. Em relação à área consumida pelo fogo, as terras indígenas do Cerrado são as mais atingidas, com uma área queimada de 1.731.950 hectares. Na sequência vem a Amazônia, com 533.575 hectares afetados, e o Pantanal, com área de 366.975 hectares queimados. “A atual temporada de fogo ameaça territórios originários em todos os biomas, não somente na Amazônia. Como se não bastassem problemas históricos associados às terras indígenas, como invasores, grileiros e garimpos, esses territórios também são vítimas dos incêndios criminosos”, diz o coordenador da Frente de Povos Indígenas do Greenpeace Brasil, Jorge Eduardo Dantas.
A Terra Indígena Kadiwéu, no Mato Grosso do Sul, que abrange os biomas Cerrado e Pantanal, foi o território que mais concentrou focos em 2024, com 1.256 ocorrências, principalmente nos meses de junho (1.045), julho (158) e agosto (887). Das Terras Indígenas na Amazônia, o território com o maior número de focos foi o Kayapó, localizado nos municípios de São Félix do Xingu, Ourilândia do Norte e Cumaru do Norte, todos no Pará, com 787 focos. Agosto, mesmo não finalizado, já registra 704 focos desse total. As informações do levantamento do Greenpeace Brasil foram obtidas a partir de análise de imagens dos satélites Aqua (M-T), Sentinel-2 e Planet, além do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ).