Fundação Renova investe em obras em cidades da Bacia do Rio Doce
A Fundação Renova investiu R$ 24,5 milhões em nove sistemas de esgotamento sanitários (SES) em seis municípios mineiros e capixabas da bacia do rio Doce. Os sistemas têm capacidade para processar 275 litros diários de esgoto por segundo e devem beneficiar diretamente 152,5 mil pessoas. Com a entrada em operação desses sistemas, 23 milhões de litros de esgoto passaram a ser tratados diariamente. Segundo dados do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce (CBH-Doce), cerca de 80% de todo o esgoto doméstico produzido nos municípios da bacia do rio Doce são lançados sem tratamento nos cursos d’água da bacia.
Em Minas Gerais, seis obras foram concluídas na sede de três municípios – Rio Casca, São José do Goiabal e Sem-Peixe – e em três distritos do município Rio Doce : São Jorge, Matadouro e São José do Entre Montes, conhecido como Tapera, enquanto no Espírito Santo, estão finalizadas uma obra na sede de Colatina e duas obras em Linhares, nos distritos de Baixo Quartel e Vila da Bagueira. A cidade de São José do Goiabal (MG) foi a primeira contemplada com o início das obras em abril de 2019. A ETE de vazão de 8,4 litros por segundo foi finalizada e entregue em julho de 2021 e atualmente, está 100% em operação, beneficiando cerca de 5 mil pessoas. “Além dos recursos financeiros, a Renova disponibilizou todo o apoio técnico, por meio de profissionais qualificados e experientes, que auxiliaram no desenvolvimento das ações, como elaboração de documentos, licitação e conclusão das obras”, conta Cynthia Franco, especialista de Saneamento Ambiental da Fundação Renova.
No distrito capixaba de Baixo Quartel três quilômetros de redes coletoras de esgoto, duas elevatórias de esgoto e uma ETE foram entregues em abril de 2022, enquanto no distrito de Vila da Bagueira (ES), foram concluídas a implantação de cerca de cinco km de redes coletoras, uma elevatória de esgoto e uma ETE. Além das obras concluídas, há outras 16 em andamento, em diferentes fases, nos seguintes municípios mineiros: Ipatinga, Governador Valadares, Iapu, Dionísio, São Domingos da Prata, Marliéria, Belo Oriente, Bugre, Córrego Novo, Ipaba, Rio Casca, Sem-Peixe, Itueta e Resplendor. No Espírito Santo, há duas obras em curso: uma em Colatina e outra em 22 municípios integrados ao consórcio Condoeste, como Baixo Guandu, Colatina, Linhares e Marilândia. A Fundação Renova repassou R$ 75,5 milhões para as ações de saneamento nos dois estados, incluindo as obras entregues (dados de junho/23).
Em Ipatinga (MG), três obras de ampliação das redes de coleta de esgoto estão sendo realizadas. As estruturas de saneamento, orçadas em R$ 13,5 milhões, vão beneficiar diretamente 60 mil pessoas, ao permitir que o esgoto de cinco bairros seja coletado e conduzido adequadamente à estação de tratamento de esgoto (ETE). “No processo de implementação, a Fundação Renova repassou mais de 60% dos recursos, por meio do BDMG, e o trecho de alguns bairros está concluído”, informa Cynthia Franco. Ao ser entregue, o sistema terá 7,7 quilômetros de extensão e capacidade de vazão de 15,5 litros por segundo.
Outro destaque é a ETE do distrito de Baixa Verde, em Dionísio (MG), com 90% das obras concluídas. O sistema terá capacidade de vazão de 4,6 l/s e vai beneficiar 2,5 mil pessoas. O orçamento é de R$ 2,7 milhões, repassados pela Fundação Renova. Já no que diz respeito aos resíduos sólidos, a Fundação Renova repassou R$ 400 mil para a reforma e ampliação da usina de triagem e compostagem (UTC) do distrito de Cava Grande, em Marliéria (MG). “A correta destinação vai beneficiar diretamente cerca de cinco mil pessoas e evitar que os resíduos sejam levados até os rios pela chuva e contaminem o solo e o lençol freático”, explica Cynthia Franco.
A Fundação Renova disponibilizou R$ 741 milhões até junho desse ano para obras de saneamento em municípios mineiros e capixabas localizados ao longo da bacia do rio Doce. O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e o Banco de Desenvolvimento do Estado do Espírito Santo (Bandes) são os agentes financeiros responsáveis pelos repasses aos municípios e acompanhamento da aplicação dos recursos.
No total, estão incluídos 225 pleitos já aptos no Comitê Interfederativo (CIF), o que correspondem a R$ 528,99 milhões, dos quais 89 já receberam o repasse nos dois estados (dados de junho/23). Os recursos são utilizados para obras, projetos e estudos de aterros sanitários, de UTCs, de estações de transbordo – para o translado do lixo de um veículo coletor a outro, com capacidade maior de carga – dentre outros. “A Fundação Renova ainda contribui com a capacitação de servidores públicos, eliminando o gargalo do reduzido número de profissionais. Os treinamentos incluem desde elaboração de projetos até soluções de consórcio para a destinação de resíduos sólidos nos municípios”, finaliza a especialista em Saneamento Ambiental.