Oito rios estão com níveis abaixo da normalidade para o período

11/10/2024
Das 23 estações monitoradas pelo Greenpeace, 15 apresentam mínima histórica do nível dos trechos dos rios, enquanto oito estão abaixo da normalidade para o período

Um monitoramento realizado pelo Greenpeace Brasil indica que os principais rios da Bacia Amazônica atingiram mínima histórica em 2024 ou estão em níveis abaixo da normalidade, mesmo para o período de estiagem. A leitura de dados de 23 estações de monitoramento espalhadas por dez rios da região revela os níveis atuais de cada ponto e faz uma comparação com 2023 e 2022.

Das 23 estações monitoradas pelo Greenpeace, 15 apresentam mínima histórica do nível dos trechos dos rios, enquanto oito estão abaixo da normalidade para o período. O Greenpeace monitora os níveis dos rios Solimões, Purus, Negro, Madeira, Acre, Amazonas, Trombetas, Tapajós, Xingú e Iriri. Os últimos dados do dia 9 de outubro apontam que o rio Solimões atingiu o menor nível da série histórica em Tabatinga, Fonte Boa, Coari e Manacapuru e que seus principais afluentes estão em estiagem: Rio Japurá, Rio Ica, Rio Jurá, Rio Purus.

Já o nível do Rio Madeira atingiu o recorde histórico em Porto Velho e Humaitá, enquanto em Manaus, a cota do Rio Negro ultrapassou a mínima histórica de 2023, no dia 3 de outubro e continua atingindo novas mínimas a cada, chegando a 12,11cm no dia 9. O Rio Amazonas continua secando em Itacoatiara e Parintins e atingiu o mínimo histórico; Já o nível do Rio Tapajós atingiu a mínima histórica em Santarém, enquanto o nível do Rio Xingu está em estiagem na foz em Porto de Moz e atingiu a mínima histórica em Pedra do Ó, no Rio Iriri, principal afluente do Xingu. “A seca chegou mais cedo em várias regiões da Amazônia em 2024. Ela também está mais severa e mais extensa este ano. Importantes rios da região sequer tinham se recuperado da seca histórica do ano passado quando foram atingidos pela atual estiagem. De maneira geral, quase todas as bacias da Amazônia enfrentam recorde de estiagem em algum trecho”, diz o porta-voz do Greenpeace Brasil, Rômulo Batista.